segunda-feira, fevereiro 28, 2011

A sustentabilidade do SNS e o "modelo" da presidente da ES Saúde

– ou como destruir o Serviço Nacional de Saúde
– ou como transformar a saúde num grande negócio financiado pelo Estado
No dia 24/2/2011, foi feito o lançamento do primeiro número dos "Cadernos de Saúde e Sociedade", revista coordenada pelo Dr. Adalberto Fernandes e aberta a várias correntes de opinião que procura promover o debate objectivo sobre os problemas da saúde em Portugal, em que estivemos presentes. Para essa sessão foi convidada como conferencista a engª Isabel Vaz, presidente do grupo Espírito Santo Saúde, que aproveitou a ocasião para apresentar o seu "modelo" para a saúde em Portugal que, segundo ela, garantiria a sustentabilidade do SNS.

Interessa conhecer e analisar esse modelo, até porque é aquele que os grupos privados da saúde defendem e a que o PSD, na sua proposta de revisão da Constituição da República que apresentou em 2010, dá cobertura. Por outras palavras, é um "modelo" que tem importantes apoios quer a nível dos grupos económicos quer junto dos partidos da direita.

Mas antes de o analisar interessa ter presente alguns dados sobre os grandes grupos privados da saúde em Portugal, até para que a questão seja devidamente contextualizada e compreendida.

Em Portugal, os principais grupos privados de saúde são a Espírito Santo Saúde, HPP Saúde e a Mello Saúde que detêm 70% da quota de mercado privado da saúde. A Trofa Saúde e a AMI - Assistência Médica Integral são líderes de uma segunda linha de unidades independentes do foro bancário. Estes grupos tiveram, em 2009, um volume de negócios que, segundo os respectivos relatórios e contas, atingiu 641 milhões €, repartidos da seguinte forma: HPP do grupo CGD: 143 milhões €; ES Saúde do grupo Espírito Santo: 185 milhões €; José Mello Saúde : 254 milhões €; Trofa Saúde : 59 milhões €.

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