domingo, março 27, 2011

Sair do euro — e depois?

O euro é uma moeda muito prática, mas ela faz milhões de vítimas. Este artigo explica de um modo simples porque o euro não pode funcionar e expõe as vantagens de uma passagem para um sistema de dinheiro do Estado. Não, a cooperação europeia não cessará sem o euro! Sim, estaríamos bem melhor com dinheiro do Estado! O euro tem um problema insolúvel. Os países que agora estão gravemente endividados, se conseguirem libertar-se à custa de reduções de despesas do Estado, previsivelmente endividar-se-ão novamente. É porque estes países são vítimas de uma falha fundamental no euro. Já antes do arranque do euro economistas haviam advertido que uma moeda única não pode funcionar senão quando todos os países participantes são economicamente homogéneos. Neste momento não há nada que impeça consumidores gregos de preferirem produtos da Alemanha melhores e mais baratos. E quando a Grécia importa mais do que exporta, as suas dívidas aumentam. A mesma coisa vale para todos os países menos produtivos na zona euro. Eles poderão reduzir suas despesas tanto quanto quiserem e privatizar todas as infraestruturas, mas a crise de dívida seguinte nunca estará muito longe! Eis porque. Quando os consumidores nos países menos produtivos preferem produtos importados menos caros e melhores, a dívida externa aumentará, ao passo que a produtividade do país diminuirá. Quando um país dispõe da sua própria moeda, ele pode desvalorizá-la. Isso aumentará o preço dos produtos importados e diminuirá o preço dos seus próprios produtos para a exportação. A dívida diminuirá e a produtividade aumentará novamente. As desvalorizações eram habituais antes do início do euro.

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