sábado, abril 23, 2011

O que faz falta

O país foi obrigado a pedir socorro. A UE respondeu prontamente, estando a negociar connosco – e com o apoio do FMI – um pacote de ajuda financeira imediata. Muitos têm visto nestes desenvolvimentos uma expressão da subjugação da política aos mercados. O argumento é simples. Os especuladores financeiros internacionais resolveram apostar contra Portugal, cobrando-lhe juros cada vez mais elevados e deixando o país de joelhos. De acordo com esta lógica, os políticos pouco podem fazer perante a cabala financeira. A imposição pela UE e pelo FMI de um programa de austeridade de longo prazo significa que as eleições de 5 de Junho de pouco ou nada irão servir. A política morreu – foi morta pelos mercados. Esta visão é redutora. Os mercados são controlados – definidos, regulados, alterados e defendidos – pela política. Sem o apoio do poder político os mercados não funcionam. E o que está agora a acontecer em Portugal é um fenómeno eminentemente político.

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