domingo, abril 24, 2011

Um breve pano de fundo sobre a política europeia por trás do resgate português

As eleições finlandesas provocaram uma mudança tectónica não inteiramente inesperada, mas provavelmente não chega a ser uma revolução europeia. Suporíamos que o pior cenário a partir destas eleições seria um pedido para uma renegociação parcial dos termos de envolvimento da Finlândia com o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira ( European Financial Stability Facility EFSF). Os conservadores finlandeses podem não tentar uma coligação com os Verdadeiros Finlandeses, mas sim com os social-democratas e um par de pequenos partidos. Juri Katainen disse que procurava uma coligação de partidos que partilhassem um consenso mínimo. Quer os Verdadeiros Finlandeses entrem ou não no parlamento, não veremos um Não finlandês.

Dito isto, o resgate português é no entanto problemático. Ministros das Finanças estavam absolutamente furiosos com o tardio pedido português e alguns, como Anders Borg da Suécia ou Jan Kees de Jager da Holanda não esconderam a sua intensa frustração no recente Ecofin informal na Hungria. Esperamos que tensão persista por um certo número de semanas. Isto parece como se a liquidez do país esteja para esgotar-se antes de qualquer [ajuda] oficial do FMI/UE possa ser vertida. E não há actualmente qualquer desejo de conceder um empréstimo a curto prazo. As duas declarações são certamente contraditórias, a menos que se aceite o princípio de um incumprimento (default), de modo que assumiríamos que haverá algum financiamento a muito curto prazo. Mas isto está longe de garantido.

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