O Banco de Portugal diz que o “acordo” que o PS, PSD e CDS assinaram de cruz com a troika provocará uma “recessão prolongada”, mas, ao mesmo tempo, diz que deverá “criar as bases para um crescimento económico sustentável no médio prazo”. Diz que a sua implementação “será acompanhada de uma contracção sem precedentes do rendimento disponível real das famílias e de novos aumentos da taxa de desemprego”, que “a exigência e o impacto económico e social do Programa no curto prazo são substanciais”, mas chama-lhe “equilibrado” e diz que mitiga o impacto “sobre os segmentos mais vulneráveis da população”.
O relatório anual hoje publicado pelo Banco de Portugal, que todos pagámos muito bem pago, é uma amálgama de contrários. Assim, é difícil errar. Talvez por esta razão nas notícias apareça como “Banco de Portugal elogia programa da troika”. Nada de pânicos, o chorrilho de contrários que leram acima era, afinal, uma sucessão de rasgados elogios. À inteligência de quem leia ou ouça.
Para que ninguém entre em stress, resumamos os elogios: vai ser uma calamidade bestial. Alegrem-se, por favor.
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