no governo Lula agravou-se ainda mais
Maria Lucia Fattorelli (MLF) : O que destaco, antes de tudo, é a semelhança do processo de endividamento em todas as experiências relatadas pelos representantes das diversas partes do mundo, e o impacto do endividamento nas economias, não somente nos países do Sul, aprisionados em um processo histórico de dominação e exploração, mas também, mais recentemente, nos países europeus. Além dos contatos e importante troca com as pessoas vindas das quatro partes do mundo – o que é fundamental para enriquecer nossas lutas – as atividades organizadas pelo CADTM permitiram ajudar a identificar tendências, tal como o avanço do privilégio do setor financeiro, e pontos importantes ao nível de análise política. O primeiro ponto, em minha opinião, é o processo global de transformação da dívida externa em interna. Esta dívida chamada de interna encontra-se, de fato, nas mãos dos estrangeiros, o que nos obriga a rever o conceito de dívida interna. A dívida interna é, de alguma forma, a nova face da dívida externa. Outro ponto a ser lembrado: a transferência líquida de capitais dos países do Sul para os países do Norte, o que mostra que a dívida não foi usada para financiar investimentos, mas que ela funciona, ao contrário, como um mecanismo de extração das riquezas do Sul, que em muitos casos, acabam nos bolsos dos bancos privados. Além disso, esses países do Sul sofreram e sofrem ainda os efeitos da crise financeira que exacerbou problemas sociais, como salientaram os testemunhos dos delegados do CADTM presentes.
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