“ As sugestões alemãs para a Grécia são masoquistas, porque os principais credores residem na Alemanha. ” -Lorenzo Bini Smaghi, membro do Comité Executivo do BCE.
Se a vocês vos servirem um prato de lixo, levantam-se da mesa sem lhe tocar. Ora bem, se lhes pagarem para o comer, pensam melhor sobre o assunto? Provam um bocado para ver se não é assim tão mau? Depende de quanto pagam?
Vejam o caso grego. Por entre rumores crescentes de que o país acabará por falir, as agências de qualificação rebaixam a nota da sua dívida ao nível dos “títulos lixo” . No entanto, ontem a Grécia emitiu títulos de dívida a seis meses, e vendeu mais do que o previsto. E ainda houve quem fosse para casa sem a sua ração de lixo, pois a procura triplicou a oferta: os pedidos de compra chegaram a 4.500 milhões.
Ou o lixo não é assim tão mau, ou pagam bem para o comer. Talvez mais a segunda hipótese, pois a Grécia oferece juros disparatados (até 24% na dívida a mais longo prazo). Mas por muito que te paguem, continua a ser lixo aquilo que comes, e para além disso num quadro de rumores sobre uma possível reestruturação da dívida que deixaria sem receber uma parte dos credores. Isto é, como se depois de lamber o prato te pagassem menos de que o prometido.
Sem comentários:
Enviar um comentário