O que está em causa é, no entanto, algo mais do que a liberdade de trabalho dos jornalistas ou a prevenção de arruaças. A crise senil do capitalismo – e particularmente a crise sem saída do capitalismo português – tende a gerar sucessivas ondas de protesto da parte das vítimas: a massa trabalhadora. O poder sabe disso. E, sabendo que não dispõe de argumentos “económicos” para comprar, como dantes, a paz social, previne-se com meios repressivos reforçados. Segue-se que a eficácia da repressão implica maiores poderes e maior impunidade para as polícias, e restrições crescentes às liberdades individuais e aos direitos de manifestação colectiva. Os cidadãos vão ser (já estão a ser) confrontados com o dilema: se queres segurança tens de abdicar de algumas liberdades.
Neste momento, a polícia como que se exercita atacando pequenos grupos e alvos menores, provocando-os ou aproveitando provocações de pouco significado. Mas o alvo do poder, como as autoridades não têm escondido, são os movimentos sociais de protesto, aqueles que verdadeiramente podem colocar em risco o poder da burguesia capitalista e do seu Estado. É por isto também que o silêncio da CGTP e do PCP acerca do que aconteceu no Chiado não é apenas estranho – é acima de tudo um erro político.
Neste momento, a polícia como que se exercita atacando pequenos grupos e alvos menores, provocando-os ou aproveitando provocações de pouco significado. Mas o alvo do poder, como as autoridades não têm escondido, são os movimentos sociais de protesto, aqueles que verdadeiramente podem colocar em risco o poder da burguesia capitalista e do seu Estado. É por isto também que o silêncio da CGTP e do PCP acerca do que aconteceu no Chiado não é apenas estranho – é acima de tudo um erro político.
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