A Grécia aprovou no final do mês passado um pacote de medidas para o corte de gastos do orçamentodo país. O projeto prevê, entre outras coisas, a demissão de 15 mil
funcionários do governo nos próximos dois anos. Neste domingo (12/05), os
professores gregos receberam a notícia que, caso não trabalhem por motivos de
greve ou por manifestações contra os cortes, podem ser punidos pelo governo com
até vários meses de prisão.
Em nota oficial, a
Grécia emitiu um decreto de mobilização forçosa dos professores para evitar a
greve que o Olme (Sindicato de Trabalhadores do Ensino Médio) ameaça colocar em
prática na próxima sexta-feira (17/05), quando começa o período de vestibulares
para seleção das universidades do país.
O decreto foi
divulgado hoje (12) pela imprensa local e teve sua publicação feita no Diário
Oficial do Estado e fala sobre "mobiliza
ção forçosa". "O governo
deve preservar os exames de admissão às universidades que estão ameaçados de
anulação pela decisão do Olme", declarou o ministro da Educação Pública,
Konstantinos Arvanitopulos.
"O decreto é
vergonhoso e horroroso", bradou por sua vez, o secretário-geral do
sindicato, Zemis Kosyfakis, à emissora de rádio Skai. "Não só proíbe o
direito de greve, mas também a possibilidade que esta possa ser
declarada", completou.
Já o deputado
Dimitris Papadimulis, do principal partido opositor, Syriza, classificou a
postura como "ditatorial". Ele lembrou que é a terceira vez em oito
meses que o governo procede à mobilização forçosa de algum setor em greve.
Contudo, o Olme
decidiu manter as assembleias de base para tomar decisões sobre a proposta de
paralisação a partir de sexta-feira em protesto contra as medidas de
austeridade que serão aplicadas. Entre elas, estão o aumento de horas letivas
semanais e a demissão de professores interinos.
As últimas greves
na educação convocadas pelo sindicato aconteceram em 2006, quando os
professores a mantiveram durante 25 dias, e em 1997, quando se prolongou
durante nove semanas. Nos dois casos, o objetivo era exigir aumentos salariais
e algumas concessões por parte do governo.