segunda-feira, maio 13, 2013

Grécia proíbe o direito e declaração de greve dos professores


A Grécia aprovou no final do mês passado um pacote de medidas para o corte de gastos do orçamentodo país. O projeto prevê, entre outras coisas, a demissão de 15 mil funcionários do governo nos próximos dois anos. Neste domingo (12/05), os professores gregos receberam a notícia que, caso não trabalhem por motivos de greve ou por manifestações contra os cortes, podem ser punidos pelo governo com até vários meses de prisão.
Em nota oficial, a Grécia emitiu um decreto de mobilização forçosa dos professores para evitar a greve que o Olme (Sindicato de Trabalhadores do Ensino Médio) ameaça colocar em prática na próxima sexta-feira (17/05), quando começa o período de vestibulares para seleção das universidades do país.
O decreto foi divulgado hoje (12) pela imprensa local e teve sua publicação feita no Diário Oficial do Estado e fala sobre "mobiliza
ção forçosa". "O governo deve preservar os exames de admissão às universidades que estão ameaçados de anulação pela decisão do Olme", declarou o ministro da Educação Pública, Konstantinos Arvanitopulos.
"O decreto é vergonhoso e horroroso", bradou por sua vez, o secretário-geral do sindicato, Zemis Kosyfakis, à emissora de rádio Skai. "Não só proíbe o direito de greve, mas também a possibilidade que esta possa ser declarada", completou.
Já o deputado Dimitris Papadimulis, do principal partido opositor, Syriza, classificou a postura como "ditatorial". Ele lembrou que é a terceira vez em oito meses que o governo procede à mobilização forçosa de algum setor em greve.
Contudo, o Olme decidiu manter as assembleias de base para tomar decisões sobre a proposta de paralisação a partir de sexta-feira em protesto contra as medidas de austeridade que serão aplicadas. Entre elas, estão o aumento de horas letivas semanais e a demissão de professores interinos.
As últimas greves na educação convocadas pelo sindicato aconteceram em 2006, quando os professores a mantiveram durante 25 dias, e em 1997, quando se prolongou durante nove semanas. Nos dois casos, o objetivo era exigir aumentos salariais e algumas concessões por parte do governo.