sábado, junho 15, 2013

Milhares de professores dizem 'basta' em Lisboa e prometem continuar luta


Milhares de professores - cerca de 50 mil, segundo os sindicatos - foram este sábado para Lisboa protestar contra as políticas do Governo, numa luta a que prometeram dar continuidade na segunda-feira e na greve geral de dia 27.
Professor de Matemática há 25 anos, António Morais saiu hoje de Aveiro para marcar presença na manifestação em que os professores uniram vozes para avisar que não aguentam mais.

O professor explicou à agência Lusa que "é a escola pública que está em causa”, reiterando que é hoje muito mais difícil ser professor do que era há 25 anos, quando começou a exercer a profissão.

Contratada há 17 anos, Isabel Pereira, professora de Português e de Francês, assegurou que, para os docentes, “os alunos estão sempre em primeiro lugar”, mas entende que os professores têm de defender os seus direitos nas ruas.

“Os alunos que não se preocupem, que estudem calmamente porque os exames nacionais vão ser realizados”, garantiu.

Mas a manifestação não atraiu só professores, tendo havido também outros que, em solidariedade, se quiseram juntar aos protestos. Foi o caso de Joaquim Cruz, bancário reformado de 72 anos, que erguia um cartaz em que dizia que também é “vítima deste império do mal”.

Os professores protestaram contra a aplicação do regime de mobilidade especial, as distâncias a que podem ficar colocados e o aumento do horário de trabalho das 35 para as 40 horas semanais.

A praça do Marquês de Pombal, a Avenida da Liberdade e os Restauradores, artérias centrais da capital, encheram-se de recados ao executivo de Passos Coelho: "Um Governo só de vícios que nos pede sacrifícios" e "O poder quer-nos ignorantes, famintos, pobres e triste. Assim somos mais fáceis de pastorear" estavam entre as mensagens dos muitos cartazes.