A greve de professores está a ter um impacto significativo nos exames nacionais de Português desta manhã, com um número significativo de escolas a não realizarem qualquer prova ou a abrirem as salas apenas avaliar algumas dezenas de alunos.
Às 09.30 da manhã, em frente à Escola Secundária Camões, em Lisboa, o líder da Federação Nacional dos professores (Fenprof), Mário Nogueira, falava numa adesão "da ordem dos 90%" a nível nacional. Naquela histórica escola lisboeta, apenas uma centena de alunos, entre 500, estarão a fazer exame esta manhã.
Dirigindo-se aos muitos estudantes que se acumulavam à porta da secundária, Nogueira assegurou que os sindicatos tinham prometido não fazer greve dia 20, caso o Ministério da Educação e Ciência (MEC) tivesse marcado a prova para aquela data, e gaantiu que o protesto é também feito para defender os interesses dos alunos: "Esta greve é contra aqueles que, quando vocês terminarem o curso, vos vão dar um 'chuto' e dizer-lhes para emigrarem".
A medida tomada pelo MEC de mandar do diretores convocarem todos os professores - e não apenas os que estavam destacados para as provas - teve resultados em várias escolas, como a secundária Alexandre Herculano, no Porto, em que todos os alunos estavam a fazer provas de manhã. Muitas outras escolas optaram, também seguindo orientações da tutela, por fazer os exames possíveis. Foi o caso da Secundária Fernão Mendes Pinto, de Almada, em que 120 alunos entraram para as provas e outros 140 ficaram à porta.
Mas também houve quem optasse pelo contrário. Na Secundária Gonçalves Zarco, em Matosinhos, dos 110 professores 12 apresentaram-se ao serviço, o que teria permitido a realização de algumas provas. Mas a direção entendeu não o fazer, até porque os elementos do secretariado de exames estavam também em greve.
Em Setúbal, na Sebastião da Gama, todas as provas dos 360 alunos inscritos se realizaram com o recurso aos professores requisitados. Os docentes que fizeram greve concentraram-se à porta daquele estabelecimento de ensino.