O caso do avião do Presidente Evo Morales da Bolívia, impedido de aterrar em Portugal e de sobrevoar o espaço aéreo de Espanha, Itália e França, por suspeitas de ter a
bordo o agente informático Edward Snowden procurado pelos EUA, não está
encerrado. Centenas de apoiantes de Morales manifestaram-se nesta segunda-feira
frente à embaixada dos Estados Unidos em La Paz, onde queimaram as bandeiras de
Portugal, França, Espanha e EUA.
Esta manifestaçaão aconteceu no mesmo
dia em que o Governo da Bolívia decidiu chamar os embaixadores de França,
Espanha e Itália e o cônsul de Portugal ao Ministério dos Negócios Estrangeiros
para prestarem explicações oficiais sobre a polémica que envolveu a viagem do
Presidente da BolíviaDurante os protestos, os apoiantes de Morales exigiram o
encerramento da embaixada dos EUA em La Paz – uma hipótese já colocada pelo
Presidente na cimeira da semana passada em que recebeu o apoio de vários
líderes da região, seis dos quais exigiram desculpas públicas aos quatro países
europeus à Bolívia.
“A minha mão
não tremeria para fechar a embaixada dos Estados Unidos", disse Morales.
"Temos a nossa dignidade, a nossa soberania, sem os Estados Unidos,
sentimo-nos melhor do ponto de vista político e democrático."
A decisão de
chamar os diplomatas europeus ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em La Paz
foi tomada em Conselho de Ministros que espera uma “explicação franca e clara
da parte desses países” sobre a decisão de impedirem a passagem do avião
presidencial, afirmou, citada pela AFP, a ministra da Comunicação Amanda Davila
que classificou a medida como “terrorismo de Estado”.