terça-feira, julho 02, 2013

Troika quer uma Maria Luís igual a Gaspar


Será que Maria Luís Albuquerque consegue ser igual a Gaspar? Esta é talvez a maior interrogação e a principal exigência dos credores internacionais que não vêem com bons olhos a saída de Vítor Gaspar, mas que encontram na escolha da secretária de Estado sinais de uma provável continuidade nas políticas, o que apreciam.

Olli Rehn, Comissário Europeu para o Assuntos Económicos e Financeiros deixou claro o quanto gostava do ministro das Finanças e o que espera de Maria Luís: “Ele mostrou um compromisso firme com os objectivos do programa de ajustamento económico desde que entrou em funções em Junho de 2011. E ajudou a garantir a implementação de várias medidas difíceis mas necessárias para recuperar a confiança na sustentabilidade das contas públicas, num ambiente externo muito desafiante”, afirmou numa declaração enviada às redacções, onde continua: “Estou confiante que Maria Luís Albuquerque irá mostrar compromisso e determinação semelhantes”. E, por isso mesmo, “estou ansioso por trabalhar com ela na sua nova função e não tenho dúvidas que será capaz de garantir uma transição sem qualquer sobressalto”.

A importância da continuidade nas políticas é também evidenciada pelo FMI: “O compromisso das autoridades com os objectivos e a sua implementação permanecem os mesmos, assim como o nosso compromisso em ajudar o País a avançar no seu caminho para a retoma económica”, afirmou um porta-voz da instituição, acrescentando: “Esperamos continuar a nossa colaboração próxima com o Governo”.

Fontes não oficiais nas várias instituições que compõem a troika fazem uma primeira apreciação positiva da Maria Luís Albuquerque, confiando que ela conseguirá manter a coerência com a lógica do programa de ajustamento. E essa é a condição imposta pela troika ao Governo, especialmente num momento em que as dificuldades de implementação do programa são evidentes.