Foram as palavras mais duras gritadas até hoje por manifestantes nas galerias da Assembleia da República: "Assassinos!" O protesto, que não durou mais
do que um minuto, interrompeu a intervenção do vice-primeiro-ministro no
encerramento do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2014.
“Assassinos, assassinos!”, foi a
palavra de ordem gritada por cerca de 20 pessoas nas galerias reservadas aos
cidadãos no Parlamento.
Os
manifestantes, que empunharam papéis a formar a palavra “Rua” e outros cartazes
— com a inscrição “carrascos do povo”, por exemplo —, gritaram ainda que “está
na hora de o Governo se ir embora” e “fascistas!”.
"Senhor
vice-primeiro-ministro, peço desculpa por esta breve interrupção", disse a
presidente da Assembleia da República, antes de mandar evacuar as galerias. A
seguir, Assunção Esteves dirigiu-se aos manifestantes, dizendo: "Este é o
vosso Parlamento."
"Senhora
presidente, aqui reafirmo a minha convicção do direito ao protesto e a
confiança na representação popular do povo português, em nome do qual cada um
de nós aqui está”, retomou então Paulo Portas.
A retirada dos protestantes foi forçada pelos agentes da PSP
presentes e os papéis prontamente rasgados e arrancados das suas mãos, embora
alguns tenham caído ou sido arremessados para o hemiciclo, junto de vários
deputados.