Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
sexta-feira, janeiro 31, 2014
Sintomático
«O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social afirmou que "é sintomático" que quem defendia que Portugal ia precisar de um segundo resgate diga hoje que o país tem de terminar o programa "de forma limpa, sem cautelar"», lê-se no I. Eles lá vão comandando a agenda mediática como querem e lhes apetece. Primeiro foi o segundo resgate que tinham que evitar. Depois, os resultados teimaram em revelar-se uma catástrofe que se foi agigantando, enquanto a UE nada fazia para "acalmar" os mercados, e lembraram-se de vestir o segundo resgate de "cautelar" sem nunca dizerem concretamente qual a diferença entre os dois. Finalmente, a saída já poderia ser "à Irlandesa e, entretanto, mudaram-lhe o nome para " "saída limpa". E o país sempre a definhar, com uma dívida cada vez maior, cada vez mais impagável com a actual arquitectura do euro. Sintomático é que não haja um único partido que fale sequer em sermos obrigados a sair de um euro que, pela mão do arco da finança, nos vai condenando a doses de austeridade reforçadas a cada ano que passa e, nessa medida, nos empurra para trás e nos obriga a percorrer o caminho do progresso que até aqui nos trouxe no sentido inverso. Sintomático é não discutirmos se devemos ou não permanecer no euro. Sintomático de um país sem uma esquerda realmente esquerda, organizada e à altura do momento histórico que vivemos, capaz de mostrar que não existe apenas para colorir a paisagem. Segundo "resgate", "plano cautelar" ou "saída limpa"? Tanto faz. Estamos tramados à mesma. A austeridade e a sua irmã gémea agenda de reconfiguração socialvieram para ficar. Para memória futura, o tema que alimenta aceso debate público no momento em que escrevo estas linhas é "praxe e suas degenerações".