Pedimos desculpa por esta interrupção
«O Presidente da República informou esta quinta-feira que vetou o diploma que altera o valor dos descontos dos funcionários públicos, militares e forças de segurança para os respetivos subsistemas de saúde, ADSE, ADM e SAD.
A devolução do diploma ao Governo sem promulgação, que foi feita a 11 de março, é justificada em nota publicada esta quinta-feira na página da Presidência da República com o facto de terem existido "sérias dúvidas relativamente à necessidade de "aumentar as contribuições dos 2,5% para 3,5%, para conseguir o objetivo pretendido".» [DN]
Parecer:
É caso para dizer pedimos desculpa por esta interrupção, o presidente amigo do governo segue dentro de momentos. Este veto não passa de um gesto meramente simbólico, Cavaco escolheu uma questão menor, muito provavelmente em acordo com o governo, para dar ares de independência em relação a Passos Coelho, num momento em que a sua imagem é digna de ser tratado como presidente emérito e sem mérito.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se
de dó e condescendência.»
POING
Algumas horas depois de dar luz verde ao confisco de
pensões de reforma que o Governo baptizou de “Contribuição Extraordinária de
Solidariedade”, Cavaco Silva vetou o aumento dos descontos para a ADSE e para
os subsistemas de saúde dos militares e das forças de segurança, informou nesta
quinta-feira a Presidência da República num comunicado divulgado no seu site. O
Presidente questiona o contributo do aumento dos descontos para a
auto-sustentabilidade dos sistemas e alerta que isso visa, sobretudo, consolidar
as contas públicas. Tendo por base a nota informativa enviada pelo Governo,
refere ainda o comunicado de Belém, os 3,5% permitirão arrecadar uma receita
que excede significativamente a despesa prevista no orçamento da ADSE.
"Verifica-se até que, mesmo que o aumento pretendido fosse apenas de
metade, ou seja, de 0,5 pontos percentuais, ainda assim haveria um saldo de
gerência positivo não despiciendo", lê-se na nota publicada nesta
quinta-feira.
Da minha parte, que concordo inteiramente com as
justificações apresentadas, a ADSE dá lucro, à primeira vista, este rasgo
raríssimo de lucidez tem cara de ser apenas mais uma da longa série de
incoerências de Cavaco Silva. Mas fazendo um esforço para lhe encontrar alguma
lógica, este veto encaixa na perfeição no seguimento do alinhamento do folhetim
iniciado com os “roteiros” que publicou no Sábado passado e que continuou
durante a semana com a longa lista de Conselheiros de Estado da sua quota e de
homens da sua inteira confiança que assinaram o manifesto da reestruturação da
dívida, sinais que convidam a cogitar se Cavaco se terá finalmente
desencantado com o Governo que só
a si deslumbrava e, por essa razão, terá decidido começar a cozinhar o
Coelho em lume brando. OK, é melhor não fantasiar. Também pode perfeitamente
ter sido apenas a sua Maria que se anda a esquecer de lhe dar os comprimidos
para a cabeça a tempo e horas, é verdade que sim. Se assim for, os
beneficiários da ADSE ficam a dever uma à Maria. O comportamento do nosso
Aníbal melhora significativamente quando não se encharca em drogas. Toma lá
Pedrinho, descalça lá
esta.