sexta-feira, março 14, 2014

Duas perspectivas sobre iniciativas de cavaco silva com o fito de descortinar alguma lógica inerente...

Pedimos desculpa por esta interrupção
   
«O Presidente da República informou esta quinta-feira que vetou o diploma que altera o valor dos descontos dos funcionários públicos, militares e forças de segurança para os respetivos subsistemas de saúde, ADSE, ADM e SAD.

A devolução do diploma ao Governo sem promulgação, que foi feita a 11 de março, é justificada em nota publicada esta quinta-feira na página da Presidência da República com o facto de terem existido "sérias dúvidas relativamente à necessidade de "aumentar as contribuições dos 2,5% para 3,5%, para conseguir o objetivo pretendido".» [DN]
   
Parecer:

É caso para dizer pedimos desculpa por esta interrupção, o presidente amigo do governo segue dentro de momentos. Este veto não passa de um gesto meramente simbólico, Cavaco escolheu uma questão menor, muito provavelmente em acordo com o governo, para dar ares de independência em relação a Passos Coelho, num momento em que a sua imagem é digna de ser tratado como presidente emérito e sem mérito.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sorria-se de dó e condescendência.»




POING

Algumas horas depois de dar luz verde ao confisco de pensões de reforma que o Governo baptizou de “Contribuição Extraordinária de Solidariedade”, Cavaco Silva vetou o aumento dos descontos para a ADSE e para os subsistemas de saúde dos militares e das forças de segurança, informou nesta quinta-feira a Presidência da República num comunicado divulgado no seu site. O Presidente questiona o contributo do aumento dos descontos para a auto-sustentabilidade dos sistemas e alerta que isso visa, sobretudo, consolidar as contas públicas. Tendo por base a nota informativa enviada pelo Governo, refere ainda o comunicado de Belém, os 3,5% permitirão arrecadar uma receita que excede significativamente a despesa prevista no orçamento da ADSE. "Verifica-se até que, mesmo que o aumento pretendido fosse apenas de metade, ou seja, de 0,5 pontos percentuais, ainda assim haveria um saldo de gerência positivo não despiciendo", lê-se na nota publicada nesta quinta-feira.

Da minha parte, que concordo inteiramente com as justificações apresentadas, a ADSE dá lucro, à primeira vista, este rasgo raríssimo de lucidez tem cara de ser apenas mais uma da longa série de incoerências de Cavaco Silva. Mas fazendo um esforço para lhe encontrar alguma lógica, este veto encaixa na perfeição no seguimento do alinhamento do folhetim iniciado com os “roteiros” que publicou no Sábado passado e que continuou durante a semana com a longa lista de Conselheiros de Estado da sua quota e de homens da sua inteira confiança que assinaram o manifesto da reestruturação da dívida, sinais que convidam a cogitar se  Cavaco se terá finalmente desencantado com o Governo que só a si deslumbrava e, por essa razão, terá decidido começar a cozinhar o Coelho em lume brando. OK, é melhor não fantasiar. Também pode perfeitamente ter sido apenas a sua Maria que se anda a esquecer de lhe dar os comprimidos para a cabeça a tempo e horas, é verdade que sim. Se assim for, os beneficiários da ADSE ficam a dever uma à Maria. O comportamento do nosso Aníbal melhora significativamente quando não se encharca em drogas. Toma lá Pedrinho, descalça lá esta.