Com duas décadas de austeridade pela frente, a semana começa com a descoberta de que, tal como podem ser, e são, tributados antes de entrarem na conta bancária, salários e pensões também podem pagar imposto quando saem da mesma conta. A ideia tem sido defendida com uma certa insistência nos últimos dias e voltou a sê-lo novamente hoje, pela boca de Teodora Cardoso. Faz sentido. Quem não quer tributar movimentos de capitais para paraísos fiscais, grandes fortunas, rendas garantidas por monopólios naturais como auto-estradas, combustíveis e energia e se prepara para cortar novamente salários aos funcionários públicos, nada como avançar com um disparate que coloque a questão: vocês preferem um imposto que afectará a todos ou um corte salarial que apenas afectará directamente alguns? A solidariedade é um bem precioso que caracteriza a sociedade portuguesa, pelo que o dilema será resolvido com o mesmo alívio com que foram resolvidos todos os anteriores. E a austeridade voltará a obter luz verde para continuar a fazer ricos à custa da pobreza que semeia. A Diferença Entre Muito Ricos E Muito Pobres Continua A Aumentar E O Risco De Pobreza Registado Em 2012 foi o Maior Desde 2005. Só em 2013, perderam-se 95 mil empregos e mais de 4200 milhões de euros de facturação.
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