A área privilegiada no programa de ciência do governo era a das ciências da vida e da saúde. Lê-se lá que se pretendia "reforçar o investimento em áreas críticas para o desenvolvimento social e económico de Portugal, nomeadamente nas ciências da vida e da saúde, com enormes repercussões financeiras na saúde pública, na agricultura, no ambiente e na biodiversidade." Manuel Sobrinho Simões é um dos maiores nomes da ciência nacional, precisamente na área das ciências da vida e da saúde, a tal privilegiada. Vejamos o balanço que ele faz em entrevista que saiu hoje na revista do Expresso:
"P - As questões que se colocavam há 25 anos, na formação do IPATIMUP, são muito diferentes das de hoje?
R - São, porque começámos numa altura em que Portugal praticamente não tinha ciência. O país é outro. O que é assustador é que nos últimos dois anos isto está outra vez tudo diferente.
P - Há agora um terreno adverso?
R - Sim, e é algo de muito recente (...)
P - Sentem agora a fuga de cérebros?
R - Sentimos (...)
P- Qual a dimensão dos cortes orçamentais no IPATIMUP?
R - Foram de 45% (...)
P - Há uma subversão dos objectivos iniciais?
R - A verdade é que isto no limite subverte (...)"
Se as ciências da vida e da saúde eram a área privilegiada... imagine-se o que aconteceu às outras. Houve mesmo áreas sumariamente extintas.
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