Mapa do Índice de Direitos Global da ITUC: a intensidade da cor assinala o grau de desrespeito pelos direitos laborais
Qual é o pior lugar para se trabalhar? A avaliar pelo Índice de Direitos Global, da Confederação Sindical Internacional (ITUC), que classifica os diferentes países em função de como protegem os direitos laborais como a liberdade de associação, de negociação colectiva e o direito à greve, publicado pela primeira vez esta semana, a resposta é: o pior lugar para se trabalhar é quase todo o mundo. Este estudo fornece um indicador importantíssimo que nos conduz a uma abordagem a que algumas esquerdas se têm furtado de colocar no centro do centro das suas prioridades: há países, poucos e cada vez menos, onde os direitos laborais são respeitados, há países, em maior número, onde os direitos laborais existem pouco mais que formalmente e há países, muitos e cada vez mais, onde os direitos laborais são sistematicamente violados. As produções obtidas em todos eles concorrem como se estas diferenças abissais não existissem, facto que vai contribuindo decisivamente para que em todo o mundo se vá nivelando cada vez mais por baixo a vida de quem trabalha. Juntamente com as restrições ambientais, que uns enfrentam e outros continuam a poder recusar, a introdução de penalizações aduaneiras que desincentivem a exploração do trabalho e o completo desrespeito de regras ambientais mínimas para reduzir custos de produção é uma causa que toda a esquerda que é esquerda tem obrigação de trazer para o centro do debate político. Agradecem o planeta, a qualidade de vida em zonas do globo que as leis da selva do comércio internacional consagram como reservas de escravos das grandes multinacionais e a saúde das democracias. É sobretudo debatendo temas que determinam a vida das pessoas que se combate a abstenção. E não haverá muitos temas tão determinantes e que afectem tanta gente como o das condições em que se trabalha e o da forma como essas condições determinam a distribuição da riqueza em cada sociedade e no mundo.
DAQUI