Basta recuarmos uma década para lermos laudos à conduta moral de quem se movimentava na alta finança. Os banqueiros são membros efectivos do clã e beneficiaram duma espécie de primazia na responsabilidade social friedmaniana que relegou a redistribuição realizada pelos Estados para lugar secundário. Tudo em nome da ética e da responsabilidade e também do combate à corrupção perpetrada pelos aparelhos dos Estados. Assim nasceu a desregulação fiscal que os mercados totais e a ganância do capitalismo selvagem transformaram em alta evasão fiscal e altíssima corrupção.
Todos os dias tropeçamos com "casos" dos nossos banqueiros. Ficaram incólumes nos cortes porque havia um perigo "sistémico". Os seus primos PPP´s também pertenciam à intocável "alta jurisdição internacional" e os grandes investimentos tinham de se proteger na Holanda, Suíça ou Luxemburgo; coitados. Ficaram os despesistas do costume: pensionistas, funcionários públicos e todos os privados que pagam impostos e que estão ligados a empresas de pequena e média dimensão.
Hoje soube-se que os partidos do centrão continuam na jogada. Depois do BPN, BCP, BPP, CGD, BANIF e BPI, chegou a vez da "família" BES. Deve ser exactamente por isso que a crise não tem fim e necessita de tanta almofada para as intermináveis "diabruras" bancárias destas pessoas de moral intocável.