No DN, hoje lê-se que mais de 45 mil pessoas (45.318) perderam o Rendimento Social de Inserção (RSI) em Maio face a Maio de 2013, uma quebra de 20,4%. Também relativamente ao mês homólogo de 2013, havia em Maio passado menos 15.998 famílias a receberem RSI, uma quebra de 16,9%. Segundo o ISS, o valor médio por beneficiário situou-se nos 89,86 euros em Maio e por família em 214,67 euros. No Público lê-se sobre o complemento solidário para idosos, atribuído pelo Instituto da Segurança Social a pessoas com mais de 66 anos e poucos recursos financeiros, que sofreu um corte de 17% no número de beneficiários entre Maio de 2013 e Maio deste ano, abrangendo agora 188.749 pessoas, menos 38.149 do que no período homólogo. Comparando os dados com Maio de 2011, ano da chegada da troika a Portugal, a quebra é de mais de 46 mil pessoas.
Regressando ao DN e à coluna de delírios de João César das Neves, encontramos a outra face da reengenharia social que vem quantificada no parágrafo anterior: “Pouco faltou para se dizer que Jesus foi o primeiro socialista. (...) Aliás, em boa medida, direita é aquilo que a esquerda diz sê-lo. (...) Os cristãos ajudam os pobres, a esquerda ralha aos ricos. Nas paróquias, nas ordens religiosas e nos movimentos de Igreja tudo está montado para apoiar os necessitados e a doutrina fala de "opção preferencial pelos pobres". Pelo seu lado, a finalidade da esquerda é censurar os capitalistas pela injustiça e pela miséria. Basta ver os cartazes desses partidos para notar como andam cheios de banqueiros e poderosos, corruptos e milionários. O movimento Occupy Wall Street só fala do "1% mais rico". A pobreza gera-lhes indignação, não compaixão. A esquerda gosta muito do Papa Francisco, mas interpreta como ataques a ricos as palavras dele em defesa dos pobres. Esta é a diferença fundamental na atitude social: a esquerda quer justiça e progresso; Cristo traz a misericórdia que salva todos. Até pecadores e publicanos.” A igreja é a casa dos pobres, sem pobres fica vazia.