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Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
domingo, julho 27, 2014
Ao segundo banco
O interesse público e o interesse do público. A mesma imprensa que sempre endeusou e bajulou Ricardo Salgado hoje festeja-lhe a desgraça com artigos para todos os gostos e como se apenas agora soubesse dos segredos que vai tirando dos cofres onde aceitou mantê-los aferrolhados a sete chaves durante anos. De todos os artigos que vão circulando, pouco mais há a retirar do que histórias bolorentas de interesse variável e um estardalhaço enorme que abafa abordagens menos factuais, sem as quais esta será apenas mais uma história de um banco que caiu nas mãos de delinquentes que durante décadas gozaram de plena liberdade para brincarem com o dinheiro que mais cedo do que tarde todos seremos convocados a repor. O espectáculo de hoje convida uma plateia de olhos arregalados a entreter a sua criatividade com adjectivações a repartir irmãmente ao sabor do instinto pelo monstro do dia e pelos políticos todos iguais que lhe rentabilizaram os talentos em proveito próprio e dos partidos respectivos. De fora ficam aqueles políticos todos diferentes que a mesma imprensa sempre ajudou a percepcionar como “radicais” com “preconceitos ideológicos” contra cidadãos impolutos como Ricardo Salgado, que está longe de ser exemplar único da espécie banqueirus larapiocorruptus, e contra um sistema que ostensivamente ignora os riscos incomportáveis associados a confiar a fiscalização dos Salgados desta vida a outro dos seus animais de estimação, um regulador que vai regulando na medida certa do enriquecimento de uma plutocracia que lhe recompensa os serviços com salário e regalias de príncipe. Ainda não será desta que a nacionalização do sector financeiro e a proibição dos seus negócios especulativos deixarão de ser “preconceitos ideológicos”. Estamos exactamente no mesmo ponto onde estávamos no dia em que o BPN nos caiu em cima. Mais vale banqueiro e corrupto do que “radical” e “utópico”.
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