quinta-feira, julho 24, 2014

CPLP: oficialmente, uma associação de malfeitores

E já está. A Guiné Equatorial, uma das ditaduras mais ferozes e um dos estados mais corruptos de todo o mundo, foi aceite pelo consenso dos seus pares na CPLP. A Comunidade de Países de Ladrões dos seus Povos substitui definitivamente a Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Pedro Passos Coelho, que juntou o seu aplauso à aclamação do ditador Teodoro Obiang, justificou-se dizendo que Portugal ficaria isolado caso se opusesse à inclusão na CPLP de um país que nem sequer fala português e onde os direitos humanos são violados todos os dias, por mais que Cavaco Silva divague em sentido contrário. Compreende-se. Por vergonha, qualquer pessoa de bem prefere ficar sozinha a sentar-se à mesa com um bandido. Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho nunca se envergonharam de comer à mesma mesa com José Eduardo dos Santos e a sua filha Isabel. Por medo, qualquer pessoa de mal prefere ficar sozinha a sentar-se à mesa com um bandido de outra quadrilha. Obiang agora já faz parte da família. Finalmente, por conveniência óbvia, qualquer bandido aceita o que quer que seja para evitar afastar-se de uma quadrilha que lhe assegura avultados proveitos. Não é segredo que os angolanos adquiriram o estatuto de donos de Portugal através de negócios e negociatas feitas com biliões roubados ao povo angolano. Sobre o novo estatuto da Guiné Equatorial escreve Ana Gomes: “a moeda de troca foram meia dúzia de contratos de construção, sem quaisquer garantias, assumidos por algumas empresas sob duvidosíssimo patrocínio político. E foi a prometida injecção de capital no BANIF, banco resgatado com dinheiro dos contribuintes. E ainda um possível investimento no BCP, já controlado pela petrolífera estatal angolana. Pergunto-me se ficarão descansados os accionistas, investidores e depositantes destes bancos e empresas, quando passam a depender e a ser identificados como parceiros de um regime notoriamente criminoso e sem escrúpulos, que enfrenta processos judiciais em França e nos Estados Unidos por criminalidade económica e financeira? E as entidades reguladoras, poderão considerar que estes são investimentos saudáveis e isentos de riscos para as instituições bancárias e para a economia portuguesa?”

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