quinta-feira, setembro 18, 2014

O MEC NÃO SE EXPLICA?

Há, pelo menos desde a década de setenta do século passado, literatura docimológica que aborda a transferência entre escalas na avaliação escolar.

Os conhecidos Viviane e Gilbert Landsheere introduziam conceitos de estatística elementar para fundamentarem os cuidados nessas transferências.

Por exemplo, a escala de 1 a 5 tem a média a meio do 3 (o 3 é o primeiro patamar da positiva escolar, digamos assim), enquanto que a escala de 0 a 20 tem o mesmo patamar no 10 ou a de 0 a 100 no 50. Numa transferência da escala de o a 20 para a de 1 a 5, o 10 não corresponde linearmente ao 3, uma vez que existem valores inferiores ao "meio do 3" que seriam positivos na avaliação escolar considerando a estatística elementar.

Apresentei um pequeno exemplo que é tido em conta com todos os cuidados pelos sistemas escolares há cerca de 50 anos.

E não é que um MEC, que enche o discurso de atestados de incompetência, principalmente em aritmética, aos seus professores e em pleno 2014, consegue pegar em duas escalas (de 0 a 20 e de 0 a 100), somar a classificação que um individuo obtém em cada uma delas, dividir por dois e achar que, assim, o produto corresponde a um peso de 50% em cada uma das classificações.