sexta-feira, outubro 24, 2014

Botão de pânico da Europa

A recusa europeia a reconhecer a sua situação económica atingiu aquele ponto em que estamos a fitar o abismo, a enfrentar o momento do código vermelho do colapso. 

Quer por cruel obstinação ou por uma clara incapacidade para entender a desordem que ela supervisiona, a UE alcança agora mais uma daquelas conjunturas críticas onde simplesmente já não funcionará tapar as rachaduras e manter um insano agitprop sempre em crescimento. Além disso, os rebentos verdes da recuperação evaporaram-se outra vez pela enésima vez. Quando o mundo cresce, a Europa estagna. 

A UE não está a funcionar – como 12 por cento da população do continente sabe demasiado bem (incluindo aquela geração perdida abaixo dos 30 próxima ao Mediterrâneo). Enquanto isso, o antigo comunista transformado em eurófilo totalitário, José Manuel Barroso, tem desfrutado uma tipicamente bombástica viagem de pré aposentadoria – o que demonstra uma sublime falta de entendimento da estagnação resultante do seu fracasso como presidente da UE durante uma década. 

Tendo gasto grande parte do ano passado a exprimir jubilosamente a lenga-lenga da recuperação, a comissão cessante parte do Berlaymont com fracassos políticos ainda maiores do que quando estava nos seus gabinetes nacionais antes de ser guindada a Bruxelas. A arrogância insana que pregava recuperação sem uma revisão coerente das economias em ruptura foi tornada muda pela realidade económica. Mesmo em Bruxelas já há uma percepção de que evasões políticas não funcionarão – o império europeu deve ser reestruturado se não quiser enfrentar o olvido. Tal como está, o patético posicionamento político dos interesses nacionais da França (bancarrota) e da Alemanha (profundamente proteccionista de modo dissimulado) em todas as ocasiões enfraqueceu inexoravelmente a Europa numa década de prolongado crescimento nos mercados emergentes do Leste. 

Portanto chegámos a um abismo para a Europa. A Alemanha (como previsto ) é uma potência económica pós pico. A Ucrânia levou a UE a sanções autodestrutivas as quais cortaram ainda mais a economia assim como o crescimento demonstrou ser uma miragem. 

A fina arte de comparecer a infindáveis jantares inter-governamentais de luxo tornou-se um ritual curioso nos últimos anos. Alguns países, tais como a Irlanda, foram sacrificado para salvar bancos na Alemanha e na França. Como um profissional das finanças (mas não um banqueiro), tem sido singularmente desgostante no pós colapso do Lehman observar um acto em andamento de loucura comunista – socializar dívida para proteger a arrogância banqueira. Só por esta razão, a UE abandonou a credibilidade orçamental. 

Infelizmente ela tem desavergonhadamente repetido o mesmo padrão por todo o continente, salvando (bailing out) banqueiros quando eles, juntamente com governos perdulários, deviam ter sofrido incumprimento, tal como nos casos de manual quando um possuidor de título não pode reembolsar. Permitir o incumprimento era sugerir uma possível fraqueza naquele enviesado instrumentos político de finança que se chama Euro. O medo da UE de questionar sua arrogante loucura monetária ameaça agora o próprio projecto europeu pois cresceu o contágio canceroso do colapso económico. 


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