Nuno Crato
tem estado a ser criticado pelo número de viagens que tem feito, mas o Imprensa
Falsa sabe que há uma explicação técnica para isto. O sistema que organiza as
viagens do governante é o mesmo que trata da colocação dos professores e por
isso raramente acerta no destino à primeira.
«Escutem
cá, eu não ia a uma reunião em Bruxelas?», perguntou o ministro da Educação,
esta segunda-feira de manhã. «Ia sim senhor, senhor ministro», respondeu um
assessor. «Então o que é que eu estou a fazer em Abu Dhabi?», quis saber o
responsável.
«Só pode
ser um erro, senhor ministro, vamos tratar de o colocar imediatamente em
Bruxelas», apressou-se a garantir o assessor, enquanto tratavam de tudo no
Ministério. «Já está em Bruxelas, senhor ministro?», perguntaram então os
assessores, algumas horas mais tarde. «Bangkok!», respondeu Crato. «E agora,
senhor ministro?», perguntaram outra vez os assessores, na esperança de que o
ministro já estivesse, como deve ser, em Bruxelas: «Esperem, deixem-me
perguntar a um local… please, where am I?… Lima? De verdad? Esto és Piru?
Balle, gracias… Estou no Peru, bom, é melhor voltar para Lisboa, até porque a
reunião em Bruxelas já deve ter terminado.»
«Sim
senhor, senhor ministro, Lisboa é fácil, vamos já colocá-lo de volta»,
confirmaram os assessores. «Então, tudo a correr bem, senhor ministro?»,
perguntaram algumas horas mais tarde. «Sim, sim, já estou no táxi a caminho do
ministério, mas não esperem por mim tão cedo pois acabaram por me
colocar no aeródromo de Bragança, de modo que ainda agora estou a passar a
Mealhada», informou o ministro.