domingo, outubro 05, 2014

O sexto homem e outras cenas

Não se passa nada.
Neste país em que os ministros pedem desculpa e continuam tranquilamente a ocupar os seus lugares, não se passa nada.
No PS, o Seguro deu à Costa.
Levou uma abada de 70 a 30%, meteu-se no carro com a família e nunca mais apareceu no emprego.
Mas Costa tem as costas largas e já arranjou cargos para alguns dos apoiantes de Seguro.
O PS é uma grande família feliz, só lhe falta o arroz chow chow.
Por outro lado, o Bloco está a desbloquear-se.
Aos poucos vai-se desfazendo em pequenos bloquinhos.
Quanto àquele advogado que é dois, Marinho & Pinto, parece que vai fundar um novo Partido amanhã, para comemorar o 5 de Outubro, enterrando o da Terra.
Eleito para o Parlamento Europeu, quer é as legislativas ou até ser Presidente, Dono Disto Tudo!
Por falar em DDT, o ex-presidente do BES, Salgado, apimentou esta semana com a revelação de cenas que se passaram em reuniões do Grupo Espírito Santo.
Segundo revela o i, a empresa que vendeu os submarinos a Portugal, untou a família Espírito Santo e não só.
Foram 30 milhões ao todo, mas 10 milhões ficaram nas mãos dos advogados.
Dos restantes 20 milhões, 5 milhões ficaram com a família ES (um milhão por cada um dos cinco ramos) e os restantes 15 foram repartidos pelos três administradores alemães e por uma sexta pessoa.
Claro que toda a gente quer saber quem é esta sexta pessoa que não é o Paulo Portas.
Nem pode ser o Portas porque a Comissão de Inquérito do Parlamento já chegou à conclusão de que não houve nada de ilegal na compra de material de guerra, incluindo os submarinos.
A relatora da Comissão, Mónica Ferro, apresentou-se aos jornalistas com um calhamaço de mais de 400 páginas e garantiu que nenhum membro do governo se abotoou com nenhuma gorjeta nesta história toda.
A Mónica é de Ferro!
Sobre isto, Portas nada diz.
Anda ocupado a pensar como há-de convencer Passos Coelho a descer o IRS, mas Passos tem andado ocupado a procurar os recibos do ordenado que não recebia quando não trabalhava para a Tecnoforma, no tempo em que não estava em exclusividade no Parlamento.
Enfim, em Portugal não se passa mesmo nada!