O carrasco bonzinho da preferência de um grupo entusiasmado e suficientemente numeroso para colocar o PS à frente em todas as sondagens é António Costa e a sua austeridade fofinha. Estou neste preciso momento a ouvi-lo pela rádio. Não diz uma palavra sobre rasgar o Tratado Orçamental da austeridade para todo o sempre, mas fala em mudança. Não fala em renegociação da dívida pública que nos vai custando parcelas cada vez maiores de Estado social, mas enche a boca com a palavra esperança. Nada diz sobre o rompimento cada vez mais necessário com um paradigma com provas dadas de fracasso, que põe países inteiros a produzir lucros em vez de riqueza, que faz ricos em função da pobreza que semeia e que nos custa parcelas cada vez maiores de poder de compra e estabilidade de vida, presentes e futuros, mas fala em futuro. Diz que é necessário "conversar com a Europa". Assim, "conversar", se der, dá, se não der, paciência. O carrasco bonzinho é "europeísta". Nada diz sobre o que fará se não der. E em França e em Itália, países muito maiores e com muito maior peso do que nós governados pelo mesmo "europeísmo" de Costa, não deu.
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