terça-feira, dezembro 30, 2014

UBUNTU, A TERCEIRA VIA

Sei que não é a melhor altura, pois acabam de se gastar centenas de milhões de euros em novas tecnologias, mas gostava de falar do Ubuntu. Ubuntu é um sistema operativo alternativo ao Windows e às máquina da Apple. Mas atenção, pois os meus comentários não pretendem ser técnicos, porque não sou completamente leigo mas também não sou cromo.
O Ubuntu é uma versão do Linux. No caso de Linux não se chamam versões mas sim distribuições. É, portanto, uma distribuição de Linux. Uma boa distribuição, simples, clara e intuitiva, levando o sistema Linux a utilizadores comuns, ou seja, aqueles que não têm o escritório cheio de computadores desmontados e que não conseguem mandar o site da PJ ao ar.
Por falar em forças de segurança, o Ubuntu também é mais seguro, muito mais seguro. E rápido. Não está isento de erros, como qualquer sistema operativo, mas é estável e vale definitivamente a pena experimentar, o que também não é difícil. Basta criar-se uma pen e arrancar com o computador através dessa pen, podendo experimentar o Ubuntu sem ter de o instalar.
Depois também há toda aquela questão filosófica, do software open, da computação e internet livres. Parecem coisas de activista maluquinho, mas é cada vez mais importante apoiar as alternativas aos gigantes que, de tão gigantes, comem-nos.
Uma palavra ainda para uma outra distribuição, ainda mais leve, que dá pelo nome de Lubuntu. Essa então reanimou-me um computador com 11 anos e que já não fazia rigorosamente nada. Só pó. Estamos a falar de um Centrino Duo, com 1G de RAM. Estava a caminho da sucata mas é nele que estou a escrever e a publicar.
Claro que, para tanto, o Lubuntu é um sistema muito básico e até feio. Não tem nada a ver com o Ubuntu. Mas tem o essencial, sobretudo para quem quer reaproveitar um computador ultrapassado para, por exemplo, escrever, aceder à internet, consultar o e-mail, etc.. Nessa matéria, é rápido como nenhum outro que me passou pelas mãos e tenho para ali um i5.
Tem outra vantagem muito grande. O valor comercial deste velho computador deve andar à volta dos menos 20€ e isso é triste do ponto de vista do nosso património mas muito feliz do ponto de vista das preocupações. Ou seja, se andarmos com um MacBook de 2000€ temos de andar sempre com medo dos gatunos. Se andarmos com este pobre Asus são os gatunos que têm medo de nós.
Isto faz-me lembrar um certo dia, estava eu parado num semáforo com um Citröen Ax branco de um amigo. O Citröen parecia saído de um filme do Tarantino. Nesse semáforo, um homem tocava violino em troca de moedas. Tocou ao carro que estava à minha frente, depois olhou para mim e continuou para o carro seguinte, sem tocar uma única nota. E os arrumadores também não arrumavam este Citröen. Percebiam que era um lugar perdido e corriam pela rua à procura de outro.
Enfim, fica a recomendação. Para computadores do tempo da outra senhora, Lubuntu. Para máquinas mais recentes ou até de último grito, Ubuntu. Tudo livre. Mesmo livre. Livre, livre. Não é “livre”. É livre.