terça-feira, janeiro 27, 2015

Notas sobre as eleições gregas

– Houve tempos em que a esquerda portuguesa, sobretudo a moderada, era toda Hollande. Depois Hollande começou a dar barraca e então voltaram todos aos seus lugares.
– Agora, a esquerda portuguesa, incluindo a moderada, é toda Syriza. A esquerda e não só. Até o CDS vai aparecer a colar-se a esta vitória.
– Quanto ao Bloco de Esquerda… Parecia que tinha limpo isto com uma maioria absoluta. Já não se via o Bloco de Esquerda tão feliz desde as 19:59 do primeiro domingo eleitoral em que foi a votos.
– Entretanto, parece que o Syriza se coligou com a direita nacionalista. Com quem? A direita nacionalista não são aqueles coisos de… Ok, não é uma coligação com a extrema-direita que vai estragar uma vitória histórica da extrema-esquerda.
– A esquerda radical portuguesa, que é incapaz de se coligar até com ela própria, já indo no quinto novo partido só esta semana, já veio explicar que esta coligação tem toda a razão de ser.
– Passam algumas horas desde a tomada de posse. A coligação ainda se mantém?
– Aqui ao lado, em Espanha, o Podemos vai coligar-se com que nacionalistas?
– Enfim, parece mesmo que a Grécia quer animar a Europa. Aliás, as próprias eleições já parecem um filme de aventuras. Vejamos: Ganhou o Syriza, do herói Tsipras. Atrás ficou a Nova Democracia – parabéns também ao Manuel Monteiro – e depois vem a Aurora Dourada, o To Potami, o Kke, o Anel e o Pasok. Só faltava o Harry Potter e o Cálice de Fogo.
– Mais uma nota apenas para Tsipras, o novo primeiro-ministro grego que, como grande homem de esquerda que é, fez tudo ao contrário. Não usa gravata, mudou logo a tomada de posse toda, se calhar nem vai governar a Grécia. Isso é que era mesmo romper costumes. Metia-se a governar a Macedónia, por exemplo, para ser mesmo diferente. Governar a Grécia foi, afinal de contas, o que fizeram todos os indivíduos que foram eleitos na Grécia.


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