sábado, janeiro 10, 2015

O IAVE E A PROVA PARA PROFESSORES

Declarações que fiz à Visão a propósito do recente documento do Conselho Científico do IAVE em que criticava a prova para professores ordenada pelo MEC. De facto, acreditei e acredito no conceito de independência do IAVE em relação ao MEC, mas ele ainda não se concretizou.

Saí a 25 de Outubro do Conselho Geral do IAVE - Instituto de Avaliação Educativa, podendo de fora analisar com independência o que lá se passa. Partilho a crítica do Conselho Científico do IAVE à prova para professores que o MEC- Ministério da Educação e Ciência quer a viva força fazer. Defendo que devemos escolher os melhores professores, mas para isso essa prova é mal feita. De resto, é inútil. Mal feita porque não passa de um  teste psicotécnico, sem nada a ver com a profissão docente. Inútil porque não serve para escolher os melhores docentes, mas sim para excluir os supostamente piores. Apenas afasta meia dúzia de candidatos a professores, num tempo em que há poucos lugares. Quanto a escolher os melhores, o MEC já mostrou que não o sabe fazer.  

A prova tem outros danos: instalou na sociedade a ideia de que  os professores são, em geral, incompetentes. Ora não são, são na sua grande maioria profissionais não só capazes como dedicadíssimos. A insistência na prova serviu, portanto,  para colocar a profissão contra os actuais ocupantes da 5 de Outubro, que estão a perturbar o clima escolar e a afastar a atenção dos verdadeiros problemas da educação. 

O ministro Nuno Crato colocou-se contra os professores que o levaram, em ombros, a ministro. Quanto à direcção do IAVE, antigo GAVE - Gabinete de Avaliação Educativa, que devia ser um organismo técnico para realizar exames e não político, ela não  é independente do Ministério nem do ministro. É grave!