quinta-feira, fevereiro 05, 2015

A diferença entre Tsipras e coelho...

Tsipras. "A Grécia não aceitará mais ordens, sobretudo ordens recebidas por email"

Numa clara resposta à decisão do BCE, que deixou de aceitar dívida grega como garantia, o primeiro-ministro grego disse no Parlamento que a Grécia tem "voz própria", garantindo estar empenhado em pôr um ponto final na política de austeridade na Europa. 

Na primeira sessão parlamentar depois das eleições de 25 de janeiro, o novo primeiro-ministro grego proferiu esta quinta-feira um discurso categórico e inflamado: "A Grécia não aceitará mais ordens, sobretudo ordens recebidas por email", afirmou perentório Alexis Tsipras, numa resposta à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de passar a não aceitar dívida pública grega para empréstimos aos bancos.

O governante defendeu que é altura de colocar fim às políticas de austeridade na Europa, tarefa para o qual sublinha estar "empenhado". "É tempo de virar a página, não só na Grécia mas na Europa. A Grécia deixou de ser um membro desgraçado que ouve nas aulas o que deve fazer como trabalho de casa. A Grécia tem voz própria", declarou Tsipras, num discurso que obteve os aplausos da bancada parlamentar do Syriza.
"O medo terminou na Grécia. Podem todos ter a certeza de que este Governo cumprirá aquilo que prometeu. Asseguramos um travão aos sacrifícios, mas também o futuro deste país", acrescentou.

Segundo o chefe do governo helénico, é positivo o balanço do périplo europeu que realizou esta semana juntamente com o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis. "Numa semana, ganhámos aliados que não conseguimos nos últimos cinco anos de crise."
Esta quinta-feira, Yanis Varoufakis reuniu-se com o seu homólogo alemão Wolfgang Schäuble, tendo solicitado "uma extensão até maio de um novo tipo de programa enquanto as negociações prosseguem". A proposta foi recusada por Berlim, que insistiu na necessidade de Atenas continuar a cooperar com a troika.
Quarta-feira à noite, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar de aceitar a dívida grega como colateral (garantia) nos empréstimos aos bancos. Em comunicado, justificou a decisão com o facto de, neste momento, "não ser possível garantir que a revisão do programa grego terá sucesso".
Esta quinta-feira, nova decisão do BCE: anunciou que vai autorizar empréstimos de emergência aos bancos gregos até um total de 60 mil milhões, de acordo com informações avançadas pela agência France Presse. Este financiamento de emergência, conhecido como ELA (Emergency Liquidity Assistance), é dado pelos bancos centrais nacionais em casos excecionais, mas tem de ser autorizado por Frankfurt quando ultrapassa determinados limites.
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