Está a ter alguma mediatização a bloqueada redução, através da idade combinada com o tempo de serviço, da componente lectiva dos professores. Estamos em presença de uma deriva legal que começou a ser praticada em 2008 (a lei é de 2007) quando o Governo de então promovia uma guerra aos isolados professores (palavras de António Costa) e a sociedade lusa aplaudia. Claro que os professores grisalhos eram o alvo a abater e o nivelamento por baixo a regra. Seguiu-se a malta além da troika e a linha de água imergiu de vez.
Como em todas as florestas ou selvas, há árvores no sistema escolar que estão desde o início a remar contra a maré. Só que também há os eucaliptos (nos salões e corredores lisboetas acotovelam-se), normalmente, e há muito, sem sala de aula ou com a esperança de que já lá não regressem, que acham que pagam os salários dos professores e que vêem na letra da lei um espírito eternamente jovem e implacável: professor idoso é mais preguiçoso do que laborioso. É até célebre aquele eucalipto que telefonou para o MEC a perguntar o lado do selo branco e sobre esta lei deve repetido a busca de sapiência; quem o conhecia afirmava que para as golpadas tinha sempre resposta expedita.
Pelo descrito, criaram-se as condições para que a lei das reduções fosse troikada. O que era e é claro (2 horas de redução (ou mais duas) aos 50 anos de idade e 15 anos de serviço; mais 2 horas de redução aos 55 anos de idade e 20 anos de serviço; mais 4 horas de redução aos 60 anos de idade e 25 anos de serviço; e isto independente das horas de redução consideradas antes de 2007 e sempre no limite de oito) tornou-se numa vã glória de mandar num sistema escolar mergulhado na selva da desesperança e que moveu uma assumida guerra aos seus professores com o contributo de demasiados eucaliptos: ignorou-se a acumulação com o "e isto independente das horas de redução consideradas antes de 2007 e sempre no limite de oito".
Nota: deve sublinhar-se que existem escolas que cumpriram a lei.