domingo, fevereiro 22, 2015

Este camarada

Como sabemos, manifestar simpatia é muito diferente de apoiar. Manifestar simpatia não compromete ninguém. Um bom exemplo de alguém que nunca se compromete com nada e vai tentando tirar partido de eventuais confusões entre as suas manifestações ocasionais de simpatia pelo Governo grego e o apoio que nunca lhe expressou publicamente é António Costa. Não perdeu tempo em fazê-lo novamente no comentário que fez à reunião do Eurogrupo de ontem: “qualquer português fica perplexo quando vê as noticias no final do Eurogrupo e percebe que o Governo português, em vez de querer que os portugueses e a economia portuguesa beneficiem da flexibilidade da austeridade, quer aumentar a agonia da austeridade dos outros”, disse à saída de uma conferência de líderes socialistas europeus em Madrid. Se toda a razão que tem no que diz relativamente ao Governo português ninguém lha tira, o local que escolheu para dizê-lo não poderia ser melhor para ilustrar  como a diferença atrás citada vai povoando as intervenções de um Costa que apenas quer parecer e não ser diferente daqueles que critica: por que razão não estendeu a crítica aos seus camaradas, por exemplo, Hollande e Renzi? Seja lá o que tenha conquistado ontem, a Grécia nada lhes deve. A França e a Itália, aliás como todos os demais países governados por "socialistas",encolheram-se ao lado da grande Alemanha e ajudaram-na no seu propósito de prolongar ao máximo a agonia da austeridade que, tanto como os países governados por liberais e conservadores, impuseram à Grécia em capítulos anteriores deste naufrágio europeu. À Costa.

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