Há dois anos, Thomas Piketty saltou com o seu livro O
Capital no Século XXIpara linha da frente do debate económico mundial. À
esquerda aplaudiu-se a forma como colocou o dedo na ferida da desigualdade. À
direita colocou-se em causa a metodologia e as soluções, que incluíam aumentar
fortemente os impostos sobre os mais ricos. Mesmo depois de sujeito a um dos
escrutínios mais apertados alguma vez feito a um economista, Piketty continua a
dizer que nada mudaria nas suas conclusões.
Esta segunda-feira esteve em Portugal. Participou numa
conferência na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e encontrou-se com
vários líderes políticos. Todos à esquerda, incluindo António Costa e
Sampaio da Nóvoa. Ao PÚBLICO disse que aumentar os impostos sobre os mais ricos
não é a prioridade para a Europa, defendeu que a preocupação deve ser o combate
ao desemprego e caminhar para um imposto comum sobre as empresas. Em relação à
Grécia e Portugal, diz que o caminho a seguir para resolver o problema da
dívida é mais inflação e uma reestruturação.