segunda-feira, abril 13, 2015

DO PANO VERDE

Não é recente a sensação de que o país está no pano verde. O caso GES, mais propriamente no BES e nas empresas da saúde e seguros, deixaram valores fundamentais da comunidade à mercê do casino puro e duro. E convenhamos: os estados licenciaram os privados com base em dois pressupostos: geriam melhor, faziam mais com menos e garantiam uma superioridade ética.

A exemplo dos negócios da água ou da luz, os denominados "sempre a facturar", a questão obedecia a um simples raciocínio: os licenciados sentavam-se em cima do que recebiam (poupanças, seguros obrigatórios ou pagamento de tratamentos de saúde) e era impossível que saíssem a perder.

A entrada da troika coincidiu com a chegada ao poder de uma confessada ideologia radical crente nas virtudes do mercado desregulado. A propagação foi rápida e apoiada no mainstream. Os resultados estão aí e não houve quem impedisse a transferência histórica de recursos financeiros para a classe alta somada ao desplante, no mínimo isso, dos "cofres cheios".