domingo, abril 12, 2015

"Não se fala latim nem no Facebook nem no Twitter"

Pour en finir avec le latin et le grec


Agradeço a referência do leitor João Viegas ao artigo do Libération acima identificado e que pode ser encontrado aqui

Sei francês mas não sei latim, pelo que, infelizmente, não pude compreender todas as "nuances" do texto, mas nele percebi uma fina e incisiva crítica ao disparate que é o afastamento desta língua dos currículos escolares em alguns países da Europa,

Efectivamente, Portugal conseguiu praticamente a sua extinção, e agora Espanha e França seguem-nos. Neste processo, o que neste países é diferente do nosso é a reacção de pessoas individuais ou em associação.

Enfim, as reformas curriculares mais recentes destes países está a impedir que uma parte substancial do conhecimento que faz parte da herança ocidental desapareça dos nossos horizontes. Há-de ficar guardada, um dia alguém a recuperará, mas as próximas gerações - quantas serão? - não terão possibilidades de usufruir dela.

Os argumentos que (ironicamente) Pascal Engel convoca no seu texto são usados (sem ironia nenhuma, de modo muito sério até) em múltiplos textos que leio, respeitantes ao que e escola deve oferecer:
- este mundo em que vivemos é completamente diferente, está em mudança, e não podemos educar para o um mundo que já passou mas para o dinâmico presente;
- o conhecimento mais erudito não serve para nada a não ser para manter o poder de certas elites, e insistindo-se nesse conhecimento estamos a aumentar as desigualdades sociais;
- esse conhecimento, para quem o quiser aprender, está disponível algures na internet, pelo que escusa de estar contemplado no currículo, o qual deve contemplar sobretudo componentes úteis, funcionais capazes de facultar a integração no mercado de trabalho;
- etc, etc, etc.

Devemos preocupar-nos.


DAQUI