segunda-feira, maio 25, 2015

O Guião que o Syriza não Está a Seguir

Traduzimos na íntegra o post de Paul Mason de 21 de Maio acerca das expetativas dos credores sobre uma eventual capitulação grega, e a forma como o governo e o povo grego se estão a preparar para gorá-las.
documento do FMI divulgado pelo Channel 4 News na semana passada dá um prazo efetivo de três semanas para por fim ao impasse relativo à dívida grega. O FMI considera que «não existe qualquer possibilidade» de a Grécia cumprir com o pagamento de 11 mil milhões de euros devidos entre junho e o final de agosto — o governo grego está a ficar sem dinheiro.
Yanis Varoufakis, o ministro das finanças, disse ao Channel 4 News (ver vídeo, em inglês, abaixo) que, se tiver de escolher entre pagar ao FMI os 350 milhões de euros que vencem a 5 de junho e pagar pensões e salários, escolhe os últimos.
Em privado, mesmo os setores do partido de extrema-esquerda no governo que estavam mais confiantes na obtenção de um compromisso com os credores confessam-se alarmados. Os planos de saída do euro elaborados pela ala esquerda do partido começaram a ser seriamente estudados por aqueles que, no passado, se recusaram a dar-lhes importância; e o jornal diário do partido, o Avgi, tem publicado artigos em que o incumprimento da dívida é contemplado.
No guião previsto pela zona euro, o fim esperado é só um: o Syriza divide-se, e o ministro das finanças Varoufakis cumpre a promessa de não assinar uma rendição, demitindo-se. Daí resultaria um governo de centro-esquerda, com Alexis Tspiras  alinhado com o partido do centro Potami, e com o apoio tácito da ala liberal do partido da Nova Democracia. Haveria uma redução da dívida, mas nos termos ditados pelos credores, e o Syriza sobreviveria, mas para completar a sua transformação num partido social democrata, de centro esquerda.