terça-feira, junho 02, 2015

Aos gregos não estará reservado o destino de Tântalo

Os senhores que comandam as «instituições» e decidem sobre dinheiros leram umas histórias sobre a mitologia grega e decidiram que Tântalo pode ser um modelo a impor como exemplo aos actuais helénicos. Considerando que estes insistiram em provar ambrósia que não lhes estava reservada no Olimpo dos mercados, e que se portaram mal nos sacrifícios que ofereceram aos deuses, mostram-lhes água e manjares sem deixarem que os alcancem para matar a sede e a fome. E gostariam que a situação se eternizasse – como para Tântalo.
Passaram quatro meses desde as eleições, acabou a semana, mais uma que seria «a decisiva», e tudo se encontra praticamente na mesma. Multiplicam-se reuniões públicas, semipúblicas e privadas e as propostas gregas continuam a não ser suficientes para que UE, BCE e FMI aceitem que há linhas vermelhas que o governo grego não quer – nem deve – pisar ou deixar que sejam pisadas.
Tsipras chegou a anunciar que já se estava na fase de redigir o rascunho de um acordo, mas foi rebate falso; as trapalhadas com supostas declarações de Christine Lagarde segundo as quais a responsável pelo FMI admitiria uma saída da Grexit para breve, posteriormente desmentidas por um porta-voz da organização, provocaram uma compreensível corrida aos levantamentos bancários; continuam os rumores sobre divergências entre Angela Merkel e o seu ministro das Finanças; etc., etc, etc.

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