quinta-feira, junho 25, 2015

Base das Lajes, local de crime - Agora reconvertido num centro de espionagem?

A Base das Lajes tem servido claramente, e por diversas vezes, de apoio a numerosos crimes praticados pelo imperialismo norte-americano à escala global. Como exemplos significativos e ainda recentes desta política submissa e cúmplice de Portugal em relação à política dos EUA, destacamos o papel desempenhado pela Base das Lajes no assalto, mortes e destruição do Iraque ou como local de escala de presos torturados pela CIA e polícias congéneres.
Com a recente decisão do governo norte-americano relativa à saída da Base de cerca de mil militares e civis, portugueses e norte-americanos, antes do fim do ano, os EUA prevêem uma poupança anual de cerca de 500 milhões de dólares. Com inevitáveis consequências no abaixamento do rendimento das famílias açorianas, particularmente na Ilha Terceira.
Após esta decisão dos EUA, foram envidados esforços pelo governo açoriano (do PS), pelo governo de Passos Coelho (PSD/CDS), assim como por vários outros elementos ligados ao chamado arco da governação, no sentido de convencer as autoridades norte-americanas a minorarem as consequências económicas de tal decisão. E, na sequência destas diligências, o congressista Devin Nunes – que preside ao comité dos Serviços de Informações na Câmara dos Representantes – apresentou há algumas semanas uma proposta de avaliação da possibilidade de instalar um Centro de Análise de Informações nas Lajes (em vez de construí-lo no Reino Unido, conforme estava previsto), salientando aí algumas vantagens desta solução.
Segundo o jornal Público, numa recente reunião bilateral Portugal/EUA realizada em Washington para discutir a redução de efectivos norte-americanos, o presidente do Governo Regional dos Açores afirmava que nas negociações se tinham alcançado “alguns entendimentos com os EUA em matérias laborais, de infraestruturas, ambientais e de mitigação socioeconómica”. E, aqui, os negociadores norte-americanos aceitaram “assumir a obrigação de manter a segurança das infra-estruturas que, não sendo necessárias para a actual missão da Força Aérea norte-americana, possam vir a ser úteis” para a transferência de um Centro de Análise de Informações para as Lajes.
Às classes dominantes portuguesas nada lhes repugna desde que daí lhes advenham benefícios, particularmente económicos. Não há qualquer moral na condução das suas políticas. Para tal, estão dispostas a cometer quaisquer crimes. E não tenhamos ilusões: uma parte significativa da sociedade portuguesa tem sido cúmplice destes crimes. Pelo que diz, pelo que cala, pelo que consente. O caso da Base das Lajes é disso um exemplo claro.

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