domingo, junho 14, 2015

DOS EUFEMISMOS ESCOLARES E DO ESTADO A QUE ISTO CHEGOU



É natural nos países europeus que as escolas encerrem para férias algumas vezes por ano de modo a que alunos, professores e outros profissionais escolares renovem as energias. É assim e ponto final. Em Portugal é diferente, é o grau sei lá o quê dos eufemismos: os "órgãos" das escolas dizem que interrompem para reflectir e os dos pais que querem os alunos a frequentar a escola durante 11 meses ao ano (e com férias nas escolas, digo eu).

Há em Portugal outra perda grave (com mais uns faz de conta à mistura): a autoridade escolar. Como se confunde legitimidade democrática com comunidade educativa e se tratam alunos e filhos como iguais e não como "o outro", a autoridade escolar vive num género de PRECeterno. A ideia do cliente escolar nivelou muito por baixo, como se comprovou.

blogue Atenta Inquietude tem um bom texto, se me permitem, sobre o assunto em que acrescenta uma reflexão sobre a industria dos exames cratiana que tira ritmo às disciplinas "não estruturantes" durante uns cinco meses seguidos.

Encontrei um cartoon (já o vi noutras alturas) com uma boa análise da sociedade ausente que remete os tais 11 meses para a escola, como remete os problemas rodoviários, o empreendedorismo, o consumo das pastilhas elásticas, o uso excessivo das tecnologias em casa, a obesidade precoce pelas horas no sofá caseiro, o excesso de doces à venda no café da esquina, a hora tardia a que as crianças se deitam e tudo o que der trabalho a educar.

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