quarta-feira, junho 10, 2015

HÁ MESMO UMA ALTERNATIVA NA EDUCAÇÃO?

Conhece-se o programa do PS e as linhas gerais da coligação de direita. A interrogação é simples: há uma alternativa que vai para além da ideologia do tratado orçamental ou continuaremos a aplicar as medidas paraalém da troika? Na Educação abusou-se da segunda asserção nos últimos quatro anos e a história dirá o quanto pagámos pelo erro. É importante que se sublinhe que na Educação, como noutras áreas, há muito radicalismo ideológico que foi aplicado por simpatia com os cortes orçamentais a eito (Passos aconselhou os jovens professores à emigração para o Brasil e Angola e bem pode agora falar em mitos urbanos).

Objectivamente, o PS apresenta o fim dos exames do 4º ano, o regresso das "novas oportunidades" e uma impressão de fim do desmiolo avaliativo, que inventou, dos professores e não diz uma linha sobre o modelo único de gestão, sobre os alunos por turma, sobre os brutais cortes curriculares ou sobre a sobrecarga nos horários, ao minuto, dos professores.

Mas mais: se a maioria regressa com as "escolas independentes" inspiradas nas ideias falidas do modelo sueco, oPS não contradiz e apresenta-se como continuador da partidocracia (nesta semana, de 50000 professores votantes, 43437 votaram não à municipalização, tal é o desastre do amiguismo e do compadrio) que tem ajudado a destruir o ambiente democrático na organização das escolas. Também não há uma linha sobre o ensino dito privado.

PS refere o inferno burocrático, aponta o simplexII, mas nada concretiza na Educação. E os professores assistiram durante o positivo simplexI ao aumento monstruoso da burocracia nas escolas através dos nomeados por Sócrates para o MEC e que agora parecem influenciar o futuro. E a interrogação volta a ser óbvia: há uma alternativa na Educação?


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