A administração Bush quer a todo custo impedir que o governo iraniano abra uma bolsa que comercie o petróleo em euros e cuja abertura está prevista para o próximo 20 de Março. Se isto acontecer, centenas de milhares de milhões de dólares seriam despejados de volta nos Estados Unidos, esmagando a moeda verde e destruindo a sua economia. Eis porque Bush e companhia estão a planear levar o país à guerra contra o Irão. É uma defesa óbvia do actual sistema global e da continuidade do domínio da divisa de reserva, o dólar. A afirmação de que Irão está a desenvolver armas nucleares é um mero pretexto para a guerra. Há indicações que prevêem que o Irão não será capaz de produzir ogivas talvez durante uma década. Da mesma forma, responsáveis da AIEA, já disseram reiteradamente que a sua agência de vigilância não encontrou "qualquer evidência" de um programa de armas nucleares.Não há armas nucleares ou programas de armas nucleares, mas os planos económicos do Irão colocam uma ameaça à América, e não se trata de uma que possa simplesmente ser varrida para o lado como o resultado inevitável do mercado livre.A América monopoliza o comércio de petróleo. O petróleo é denominado em dólares e vendido tanto no NYMEX como no International Petrolem Exchange (IPE) de Londres, possuídos ambos pelos americanos. Isto força os bancos centrais de todo o mundo a manterem enormes stocks de dólares apesar de a moeda verde estar actualmente sob o peso de uma dívida de 8 milhões de milhões de dólares e apesar de a administração Bush ter dito que perpetuará os cortes fiscais que produzem défices.O monopólio americano da divisa é o perfeito esquema da pirâmide. Enquanto os países forem forçados a comprar petróleo em dólares, os Estados Unidos podem continuar os seus gastos perdulários com impunidade. O dólar agora representa 68% das reservas globais de divisas, uma subida em relação aos 51% de uma década atrás. A única ameaça a esta estratégia é a perspectiva da competição de uma bolsa independente de petróleo, forçando o vacilante dólar a competir frente a frente com uma divisa mais estável e livre de dívidas tal como o euro. Isto obrigaria os bancos centrais a diversificarem os seus haveres, remetendo milhares de milhões de dólares de volta à América e garantindo um ciclo devastador de hiper inflação.O esforço para manter a bolsa de petróleo do Irão afastada das manchetes tem sido muito bem sucedido. Uma simples pesquisa do Google mostra que nenhum dos grandes jornais ou redes de TV se referiu à bolsa que está para se iniciar. A aversão dos media a histórias controversas de interesse público também tem sido evidente em muitos outros casos, como as eleições presidenciais fraudulentas de 2000, o memorando da Downing Street, e o arrasamento de Faluja. Ao invés de informar, os media servem como alto-falantes da política do governo, manipulando a opinião pública através da reiteração da demagogia da administração Bush. Em resultado, poucas pessoas têm ideia da gravidade da presente ameaça que enfrenta a economia americana.Não se trata de uma questão liberal versus conservadores. Aqueles que têm analisado o problema extraem exactamente as mesmas conclusões: se a bolsa do Irão florescer o dólar afundará e a economia americana ficará em cacos.É o que afirmam especialistas em ciências económicas. De um ponto de vista puramente económico, se a Bolsa de Petróleo Iraniana ganhasse força ela seria entusiasticamente adoptada pelas grandes potências económicas e precipitaria a morte do dólar. O colapso do dólar acelerará dramaticamente a inflação americana e pressionará para cima as taxas de juros a longo prazo dos EUA. Neste ponto, o Fed deparar-se-á diante de duas alternativas: a deflação e a hiper inflação. Será forçado rapidamente a adoptar a sua medicina clássica deflacionando, pelo que ascende as taxas de juros, induzindo então uma grande depressão económica, um colapso no imobiliário, e uma implosão nos mercados de títulos, acções e derivativos, com um colapso financeiro total, ou, alternativamente, adoptar o caminho de saída de Weimar através do inflacionamento, o que prende o rendimento dos títulos a longo prazo e inunda o sistema financeiro de liquidez, libertando numeroso capital a longo termo e hiper inflacionando a economia.Durante a Grande Depressão, escolheu-se a inflação. Ela é mesmo a panaceia de todos os problemas financeiros — inflacionar, venha o inferno ou a inundação. ... Para evitar a deflação, recorrer-se-à às impressoras tipográficas... e, se necessário, monetizar-se-à todas as coisas à vista. A sua façanha final será a destruição hiper inflacionária da divisa americana.
Assim, as alternativas seriam aumentar as taxas de juros e causar colapso financeiro total ou adoptar a "saída de Weimar" e provocar a destruição hiper inflacionária da economia americana. Decisivamente não são boas escolhas.
A erosão do valor da moeda verde foi prevista pelo antigo chefe do Fed, Paul Volcker, que disse haver uma "probabilidade de 75% de um crash do dólar nos próximos 5 anos". Tal crash resultaria em taxas de juros a levantarem voo, hiper inflação, custos de energia a subirem como foguetes, desemprego maciço e, talvez, depressão. Este é o cenário perturbante se uma bolsa do Irão for estabelecida e derrubar o dólar do seu sublime poleiro. E é isto que torna a perspectiva da guerra, mesmo da guerra nuclear, muito provável.Com economias tão interdependentes e entrelaçadas, uma depressão global, não apenas americana, ocorreria com um efeito dominó lançando o resto das economias do mundo na pobreza. Mercados para exportações americanas menos caras nunca se materializariam. O resultado, estimam alguns peritos, pode ser até 200 milhões de americanos sem trabalho e a morrerem de fome nas ruas com ninguém e nada capaz de recuperá-los ou ajudá-los, ao contrário da Grande Depressão de 1920-1930 que dispunha de cozinhas com sopas gratuitas e apoios caritativos.
Liberal ou conservadora, a análise é a mesma. Se a América não perceber o catastrófico potencial da bolsa do Irão, os americanos podem aguardar por horrendas circunstâncias.Agora podemos entender porque os media a reboque das corporações omitiram qualquer menção à nova bolsa do petróleo na sua cobertura. Trata-se de um segredo que os grandes chefes das salas das administrações prefeririam guardar para si próprios. É mais fácil convencer o público de duendes nucleares e de fanáticos islâmicos do que justificar o desencadeamento de uma guerra pela anémica moeda verde. É o dólar que os Americanos estão a defender no Iraque e, presumivelmente, também no Irão no futuro muito próximo. Saddam converteu para o euro em 2000. As bombas começaram a cair em 2001.
Poder-se-ia dizer que há soluções pacíficas para este dilema, mas não se a administração Bush insistir em esconder-se por detrás da burla imbecil do terrorismo ou de programas imaginários de armas nucleares. Bush precisa confessar tudo ao povo americano acerca da natureza real da crise global de energia e cessar de invocar Bin Laden e armas de destruição em massa para defender a agressão americana. Mas sabemos que isso não irá acontecer até pela própria natureza do regime.
O domínio actual da moeda verde criou um império global que para manter a sua supremacia está amplamente dependente da dívida, da tortura e da guerra.
A bolsa do petróleo do Irão coloca o maior desafio até agora ao monopólio do dólar e aos seus defensores na Reserva Federal.
http://resistir.info/energia/bolsa_teerao.html
Assim, as alternativas seriam aumentar as taxas de juros e causar colapso financeiro total ou adoptar a "saída de Weimar" e provocar a destruição hiper inflacionária da economia americana. Decisivamente não são boas escolhas.
A erosão do valor da moeda verde foi prevista pelo antigo chefe do Fed, Paul Volcker, que disse haver uma "probabilidade de 75% de um crash do dólar nos próximos 5 anos". Tal crash resultaria em taxas de juros a levantarem voo, hiper inflação, custos de energia a subirem como foguetes, desemprego maciço e, talvez, depressão. Este é o cenário perturbante se uma bolsa do Irão for estabelecida e derrubar o dólar do seu sublime poleiro. E é isto que torna a perspectiva da guerra, mesmo da guerra nuclear, muito provável.Com economias tão interdependentes e entrelaçadas, uma depressão global, não apenas americana, ocorreria com um efeito dominó lançando o resto das economias do mundo na pobreza. Mercados para exportações americanas menos caras nunca se materializariam. O resultado, estimam alguns peritos, pode ser até 200 milhões de americanos sem trabalho e a morrerem de fome nas ruas com ninguém e nada capaz de recuperá-los ou ajudá-los, ao contrário da Grande Depressão de 1920-1930 que dispunha de cozinhas com sopas gratuitas e apoios caritativos.
Liberal ou conservadora, a análise é a mesma. Se a América não perceber o catastrófico potencial da bolsa do Irão, os americanos podem aguardar por horrendas circunstâncias.Agora podemos entender porque os media a reboque das corporações omitiram qualquer menção à nova bolsa do petróleo na sua cobertura. Trata-se de um segredo que os grandes chefes das salas das administrações prefeririam guardar para si próprios. É mais fácil convencer o público de duendes nucleares e de fanáticos islâmicos do que justificar o desencadeamento de uma guerra pela anémica moeda verde. É o dólar que os Americanos estão a defender no Iraque e, presumivelmente, também no Irão no futuro muito próximo. Saddam converteu para o euro em 2000. As bombas começaram a cair em 2001.
Poder-se-ia dizer que há soluções pacíficas para este dilema, mas não se a administração Bush insistir em esconder-se por detrás da burla imbecil do terrorismo ou de programas imaginários de armas nucleares. Bush precisa confessar tudo ao povo americano acerca da natureza real da crise global de energia e cessar de invocar Bin Laden e armas de destruição em massa para defender a agressão americana. Mas sabemos que isso não irá acontecer até pela própria natureza do regime.
O domínio actual da moeda verde criou um império global que para manter a sua supremacia está amplamente dependente da dívida, da tortura e da guerra.
A bolsa do petróleo do Irão coloca o maior desafio até agora ao monopólio do dólar e aos seus defensores na Reserva Federal.
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