Você acredita que as pessoas que estudam mais têm mais facilidade de arrumar um emprego, não é? Afinal isso sempre foi assim. Pois o IBGE mostra que não é mais.
Parece uma coisa bastante óbvia. A maior escolaridade melhora as chances de se conseguir um emprego. Isso é repetido sempre, como uma verdade imutável. Segundo economistas, sociólogos, e outros especialistas, isso seria ainda mais claro na “Era da Informação”. Mas alguma coisa não esta certa, de acordo com a Folha de São Paulo:
“A Síntese de Indicadores Sociais de 2003, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que o desemprego avançou com maior intensidade entre os que têm mais de oito anos de estudo. O problema atinge principalmente os que estudaram mais, os jovens e as mulheres”.(1)Isso parece bastante estranho, porque na era dos robôs e computadores, deveria ser exactamente o contrário. Além disso, os mais jovens costumam se adaptar com mais facilidade ao novo ambiente tecnológico e nunca as mulheres foram tão instruídas como hoje.
“Se no passado, diploma chegou a ser sinónimo de emprego, as pesquisas dos últimos anos reforçam a tendência de que as vagas para a mão-de-obra mais qualificada estão escassas. A taxa de desemprego entre os mais escolarizados chegou a 11,3%. De acordo com o instituto, o fenómeno do desemprego tem um componente estrutural no que se refere à geração de postos de trabalho mais qualificados”. (2)
Então o que seria esse tal “componente estrutural” que dificultaria a geração de empregos justamente entre os trabalhadores mais qualificados? Isso é muito estranho, considerando que todos “sabem” que as novas tecnologias de informação e telecomunicações não geram desemprego, e sim trabalho mais criativos e de alto nível técnico.
Mas na verdade, isso só é um paradoxo para quem não entende a “nova economia”. Dentro da nova realidade, só um pequeno grupo de pessoas é necessário para projectar, construir, programar e fazer a manutenção dos novos equipamentos.
Como os novos robôs, redes de computadores e máquinas “inteligentes” têm “interfaces amigáveis”, a operação delas em si é muito simples, não exigindo mais do que a condição de alfabetizado, e às vezes nem isso, para operá-las.
Por exemplo: Um supermercado só precisa de um ou dois técnicos de alto nível para implantar uma rede de computadores e terminais de caixas, capazes de controlar os estuques, as vendas, a contabilidade, etc.
Mas a operação de um terminal de caixa computadorizado é extremamente simples. Não exige maior conhecimento do que para operar uma máquina de auto-atendimento de banco. Isso significa que o estabelecimento só ira precisar de pessoas capazes de seguir instruções elementares.
É claro que não irá precisar de universitários para passar latas de conserva na frente de uma “lusinha”. O que precisa saber alguém cuja função é somente solicitar que o cliente digite uma senha num teclado? Na verdade não são necessárias pessoas que saibam sequer fazer contas de somar para apertar uma tecla e esperar pela impressão de um recibo. Um analfabeto consegue conferir estuques com um colector de dados digital.
É por isso que quanto mais sofisticado é o “sistema” de uma empresa, menor o grau de escolaridade e experiência anterior exigido pelos seus funcionários comuns. E consequentemente, menor os salários...
Notas:
(1) “Desemprego tem alta maior entre os mais escolarizados, diz IBGE“ - Janaina Lage - da Folha Online, no Rio - 24/02/2005.
(2) Idem.
Parece uma coisa bastante óbvia. A maior escolaridade melhora as chances de se conseguir um emprego. Isso é repetido sempre, como uma verdade imutável. Segundo economistas, sociólogos, e outros especialistas, isso seria ainda mais claro na “Era da Informação”. Mas alguma coisa não esta certa, de acordo com a Folha de São Paulo:
“A Síntese de Indicadores Sociais de 2003, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela que o desemprego avançou com maior intensidade entre os que têm mais de oito anos de estudo. O problema atinge principalmente os que estudaram mais, os jovens e as mulheres”.(1)Isso parece bastante estranho, porque na era dos robôs e computadores, deveria ser exactamente o contrário. Além disso, os mais jovens costumam se adaptar com mais facilidade ao novo ambiente tecnológico e nunca as mulheres foram tão instruídas como hoje.
“Se no passado, diploma chegou a ser sinónimo de emprego, as pesquisas dos últimos anos reforçam a tendência de que as vagas para a mão-de-obra mais qualificada estão escassas. A taxa de desemprego entre os mais escolarizados chegou a 11,3%. De acordo com o instituto, o fenómeno do desemprego tem um componente estrutural no que se refere à geração de postos de trabalho mais qualificados”. (2)
Então o que seria esse tal “componente estrutural” que dificultaria a geração de empregos justamente entre os trabalhadores mais qualificados? Isso é muito estranho, considerando que todos “sabem” que as novas tecnologias de informação e telecomunicações não geram desemprego, e sim trabalho mais criativos e de alto nível técnico.
Mas na verdade, isso só é um paradoxo para quem não entende a “nova economia”. Dentro da nova realidade, só um pequeno grupo de pessoas é necessário para projectar, construir, programar e fazer a manutenção dos novos equipamentos.
Como os novos robôs, redes de computadores e máquinas “inteligentes” têm “interfaces amigáveis”, a operação delas em si é muito simples, não exigindo mais do que a condição de alfabetizado, e às vezes nem isso, para operá-las.
Por exemplo: Um supermercado só precisa de um ou dois técnicos de alto nível para implantar uma rede de computadores e terminais de caixas, capazes de controlar os estuques, as vendas, a contabilidade, etc.
Mas a operação de um terminal de caixa computadorizado é extremamente simples. Não exige maior conhecimento do que para operar uma máquina de auto-atendimento de banco. Isso significa que o estabelecimento só ira precisar de pessoas capazes de seguir instruções elementares.
É claro que não irá precisar de universitários para passar latas de conserva na frente de uma “lusinha”. O que precisa saber alguém cuja função é somente solicitar que o cliente digite uma senha num teclado? Na verdade não são necessárias pessoas que saibam sequer fazer contas de somar para apertar uma tecla e esperar pela impressão de um recibo. Um analfabeto consegue conferir estuques com um colector de dados digital.
É por isso que quanto mais sofisticado é o “sistema” de uma empresa, menor o grau de escolaridade e experiência anterior exigido pelos seus funcionários comuns. E consequentemente, menor os salários...
Notas:
(1) “Desemprego tem alta maior entre os mais escolarizados, diz IBGE“ - Janaina Lage - da Folha Online, no Rio - 24/02/2005.
(2) Idem.
http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/
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