O Anarquismo não é o caos e a desordem – é a sociedade sem governantes
O Anarquismo é a ideia sobre uma nova ordem social – sociedade na qual não haverá mais dominação de uma pessoa sobre outra. Aqueles que não podem imaginar uma ordem social, na qual não existam governantes (ou apenas põem objecções a ela) rejeitam esta ideia e vêem-na como uma enorme desordem. No entanto, existem muitos exemplos que provam que os seres humanos têm a capacidade de se governarem a si próprios sem chefes. Pelo mundo for a, houve no passado e há no presente, diversas cooperativas auto-geridas e vários tipos de comunas.
Os anarquistas têm a atitude mais séria em relação aos anseios eternos dos seres humanos por liberdade, igualdade e fraternidade já expressas no slogan da Revolução Francesa. O anarquismo, antes de mais nada, é acerca da luta e da organização de milhões de anarquistas revolucionários, quem têm mudado pela sua actividade o mundo inteiro, nos últimos cento e cinquenta anos.
Em resultado de seu anseio pela liberdade, os anarquistas negam legitimidade à democracia capitalista comum, em que os cidadãos são chamados uma vez de tantos em tantos anos a votar naqueles que irão governar e forçá-los por coacção física ou por sua ameaça a obedecer à lei – a agir de acordo com leis que eles não legislaram e que não podem anular ou modificar.
Em nome do anseio pela igualdade sem a qual não pode haver liberdade real – visto que praticamente sempre os mais fracos são os mais pobres e os que renunciam “voluntariamente” à sua liberdade por necessidade vital, em benefício dos mais poderosos e ricos – queremos pôr fim ao domínio e exploração dos seres humanos. A abolição do governo e da propriedade privada dos meios que permitem certas pessoas viverem à custa do esforço de outras, irá abolir a necessidade do uso de coacção, necessária para proteger os privilégios resultantes de governar os outros e da propriedade privada. Isto tornará viável que seja impossível exercer qualquer tipo de coacção.
Para uma pertença e solidariedade com significado – o que nem sempre é o caso hoje mesmo nas famílias dentro desta ordem social, baseados na liberdade e igualdade que são essenciais para elas – a nova ordem social será organizada em comunidades de base. Estas irão autogerir a sua vida quotidiana sem o domínio de uma pessoa sobre a outra – através de uma colaboração que conduza a uma forte amizade e à eficiência. Sendo a sociedade org2anizada deste modo, não apenas as pessoas deixarão de ter de trabalhar tantas horas por dia como também permitirá a plena liberdade e igualdade a membros do sexo feminino sobre as quais tem usualmente recaído o grosso das tarefas domésticas e da educação das crianças.
Temos alternativas à sociedade capitalista moderna, que está cada vez mais fragmentada. Uma sociedade na qual a maioria das pessoas é empurrada para o estatuto de executantes de ordens, que negam sua individualidade e frustram os seus desejos. Uma sociedade em que dividir para reinar é a norma, em que o homem é o lobo do homem. Não, não oferecemos como alternativa o sonho fictício de regresso à “idade de oiro” do passado. Não propomos a fragmentação da sociedade moderna em pequenas unidades independentes e atrasadas, deitando por terra todo o saber-fazer e o conhecimento geral que a humanidade tem vindo a acumular
com tanto esforço. Nós “apenas” sugerimos um novo tipo de organização, mais racional, mais apropriado à natureza humana e mais justo.
Designamos esta forma de organização democracia directa. É uma forma relativamente nova de organização em que o poder político permanece sempre nas mãos do povo, e nunca é delegado para representantes eleitos ou chefes que nos possam governar. Qualquer decisão política ou de relevância geral será trazida para assembleias públicas dos membros da comunidade para os quais ela é relevante, para discussão e decisão. Apenas as decisões apoiadas pela maioria serão implementadas, por aqueles que forem mandatados/delegados especificamente para lhe dar cumprimento.
Numa sociedade sem chefes, os que forem designados para levar a cabo uma tarefa social ou organizacional não irão ganhar disso mais do que a satisfação moral de serem os que o povo escolheu, aceitando esse desafio (não se trata nunca de remuneração substancial ou política). Qualquer pessoa que seja designada para cumprir um papel ou uma missão após se ter oferecido/a como voluntário/a, terá de dar conta da sua iniciativa e das suas actividades no fórum apropriado e sempre que solicitado/a, mesmo perante toda a comunidade. O fórum que delegou em alguém uma tarefa terá capacidade para retirar esse mandato, assim como a comunidade a que ele/ela pertence. Ninguém permanecerá no mesmo papel para além de um intervalo de tempo razoável.
Em todas as esferas da vida – incluindo no trabalho e na educação, as pessoas envolvidas serão aptas e realizarão a sua auto-organização autónoma enquanto delegação da comunidade ou da sociedade em geral, no interior dos limites das linhas-guia estabelecidas.
Sempre que possível, as tarefas sociais e organizacionais serão realizadas após as quatro horas de trabalho diário, em que todas as pessoas capazes do o fazer tomarão parte.
Todas as tarefas de organização e de coordenação - assim como outras tarefas, nas unidades maiores que as comunidades de base, também serão realizadas por delegados mandatados sujeitos aos procedimentos da democracia directa – os mesmos que vigoram dentro das comunidades de base.
O Anarquismo significa liberdade e autodeterminação para todos, mas não no estilo de “agarrar tanta quanto puderes”... apenas com uma distribuição idêntica e justa de oportunidades para habilitar todos, tendo em consideração a liberdade e autodeterminação dos outros.
O Anarquismo significa igualdade das opções de viver livremente, das oportunidades e felicidade; não uma igualdade mecânica em que cada qual tem de ser idêntico aos outros ou receber as mesmas coisas nas mesmas quantidades.
O Anarquismo significa fraternidade (solidariedade social), mas não aquela que pede que o indivíduo se sacrifique a si próprio, a sua individualidade e os seus desejos por uma “sociedade” abstracta. É uma fraternidade onde além do “um por todos” existirá o “todos por um”. O objectivo dessa sociedade é de maximizar a satisfação de cada indivíduo e de todos os indivíduos em que consiste essa sociedade, das suas necessidades emocionais, num ambiente social acolhedor e realmente solidário.
Numa sociedade anarquista não existirá qualquer tipo de punição, prisões, exército ou polícia. O recurso à força (física) apenas se fará de acordo com as decisões da assembleia de membros da comunidade e será restrito ao tratamento de pessoas que não consigam ou recusem coibir-se de actos que infrinjam seriamente a autodeterminação e liberdade dos outros (ou que causem dano aos seus próprios corpos).
Em todos os outros conflitos apenas se aplicará pressão social e educacional.
Numa sociedade anarquista cada um/uma deverá contribuir de acordo com suas capacidades – quer durante as horas de trabalho, quer nas esferas sociais do resto do dia.
Independentemente da sua contribuição para a sociedade, cada pessoa receberá de acordo com suas necessidades – de entre um vasto leque de opções, de acordo com os desejos de cada pessoa e de acordo com a possibilidade da sociedade.
Cada qual terá a opção de contribuir com horas livres (trabalhar mais do que a norma) em troca de obter a satisfação de desejos por serviços, produtos ou férias extra.
Ninguém será forçado a permanecer dentro de uma qualquer comunidade – quaisquer que sejam as suas razões. Qualquer pessoa será bem vinda em qualquer comunidade em que ele/ela consinta em contribuir com a sua parte de trabalho e de actividades sociais.
http://pt.indymedia.org/ler.php?cidade=1&numero=4116
O Anarquismo é a ideia sobre uma nova ordem social – sociedade na qual não haverá mais dominação de uma pessoa sobre outra. Aqueles que não podem imaginar uma ordem social, na qual não existam governantes (ou apenas põem objecções a ela) rejeitam esta ideia e vêem-na como uma enorme desordem. No entanto, existem muitos exemplos que provam que os seres humanos têm a capacidade de se governarem a si próprios sem chefes. Pelo mundo for a, houve no passado e há no presente, diversas cooperativas auto-geridas e vários tipos de comunas.
Os anarquistas têm a atitude mais séria em relação aos anseios eternos dos seres humanos por liberdade, igualdade e fraternidade já expressas no slogan da Revolução Francesa. O anarquismo, antes de mais nada, é acerca da luta e da organização de milhões de anarquistas revolucionários, quem têm mudado pela sua actividade o mundo inteiro, nos últimos cento e cinquenta anos.
Em resultado de seu anseio pela liberdade, os anarquistas negam legitimidade à democracia capitalista comum, em que os cidadãos são chamados uma vez de tantos em tantos anos a votar naqueles que irão governar e forçá-los por coacção física ou por sua ameaça a obedecer à lei – a agir de acordo com leis que eles não legislaram e que não podem anular ou modificar.
Em nome do anseio pela igualdade sem a qual não pode haver liberdade real – visto que praticamente sempre os mais fracos são os mais pobres e os que renunciam “voluntariamente” à sua liberdade por necessidade vital, em benefício dos mais poderosos e ricos – queremos pôr fim ao domínio e exploração dos seres humanos. A abolição do governo e da propriedade privada dos meios que permitem certas pessoas viverem à custa do esforço de outras, irá abolir a necessidade do uso de coacção, necessária para proteger os privilégios resultantes de governar os outros e da propriedade privada. Isto tornará viável que seja impossível exercer qualquer tipo de coacção.
Para uma pertença e solidariedade com significado – o que nem sempre é o caso hoje mesmo nas famílias dentro desta ordem social, baseados na liberdade e igualdade que são essenciais para elas – a nova ordem social será organizada em comunidades de base. Estas irão autogerir a sua vida quotidiana sem o domínio de uma pessoa sobre a outra – através de uma colaboração que conduza a uma forte amizade e à eficiência. Sendo a sociedade org2anizada deste modo, não apenas as pessoas deixarão de ter de trabalhar tantas horas por dia como também permitirá a plena liberdade e igualdade a membros do sexo feminino sobre as quais tem usualmente recaído o grosso das tarefas domésticas e da educação das crianças.
Temos alternativas à sociedade capitalista moderna, que está cada vez mais fragmentada. Uma sociedade na qual a maioria das pessoas é empurrada para o estatuto de executantes de ordens, que negam sua individualidade e frustram os seus desejos. Uma sociedade em que dividir para reinar é a norma, em que o homem é o lobo do homem. Não, não oferecemos como alternativa o sonho fictício de regresso à “idade de oiro” do passado. Não propomos a fragmentação da sociedade moderna em pequenas unidades independentes e atrasadas, deitando por terra todo o saber-fazer e o conhecimento geral que a humanidade tem vindo a acumular
com tanto esforço. Nós “apenas” sugerimos um novo tipo de organização, mais racional, mais apropriado à natureza humana e mais justo.
Designamos esta forma de organização democracia directa. É uma forma relativamente nova de organização em que o poder político permanece sempre nas mãos do povo, e nunca é delegado para representantes eleitos ou chefes que nos possam governar. Qualquer decisão política ou de relevância geral será trazida para assembleias públicas dos membros da comunidade para os quais ela é relevante, para discussão e decisão. Apenas as decisões apoiadas pela maioria serão implementadas, por aqueles que forem mandatados/delegados especificamente para lhe dar cumprimento.
Numa sociedade sem chefes, os que forem designados para levar a cabo uma tarefa social ou organizacional não irão ganhar disso mais do que a satisfação moral de serem os que o povo escolheu, aceitando esse desafio (não se trata nunca de remuneração substancial ou política). Qualquer pessoa que seja designada para cumprir um papel ou uma missão após se ter oferecido/a como voluntário/a, terá de dar conta da sua iniciativa e das suas actividades no fórum apropriado e sempre que solicitado/a, mesmo perante toda a comunidade. O fórum que delegou em alguém uma tarefa terá capacidade para retirar esse mandato, assim como a comunidade a que ele/ela pertence. Ninguém permanecerá no mesmo papel para além de um intervalo de tempo razoável.
Em todas as esferas da vida – incluindo no trabalho e na educação, as pessoas envolvidas serão aptas e realizarão a sua auto-organização autónoma enquanto delegação da comunidade ou da sociedade em geral, no interior dos limites das linhas-guia estabelecidas.
Sempre que possível, as tarefas sociais e organizacionais serão realizadas após as quatro horas de trabalho diário, em que todas as pessoas capazes do o fazer tomarão parte.
Todas as tarefas de organização e de coordenação - assim como outras tarefas, nas unidades maiores que as comunidades de base, também serão realizadas por delegados mandatados sujeitos aos procedimentos da democracia directa – os mesmos que vigoram dentro das comunidades de base.
O Anarquismo significa liberdade e autodeterminação para todos, mas não no estilo de “agarrar tanta quanto puderes”... apenas com uma distribuição idêntica e justa de oportunidades para habilitar todos, tendo em consideração a liberdade e autodeterminação dos outros.
O Anarquismo significa igualdade das opções de viver livremente, das oportunidades e felicidade; não uma igualdade mecânica em que cada qual tem de ser idêntico aos outros ou receber as mesmas coisas nas mesmas quantidades.
O Anarquismo significa fraternidade (solidariedade social), mas não aquela que pede que o indivíduo se sacrifique a si próprio, a sua individualidade e os seus desejos por uma “sociedade” abstracta. É uma fraternidade onde além do “um por todos” existirá o “todos por um”. O objectivo dessa sociedade é de maximizar a satisfação de cada indivíduo e de todos os indivíduos em que consiste essa sociedade, das suas necessidades emocionais, num ambiente social acolhedor e realmente solidário.
Numa sociedade anarquista não existirá qualquer tipo de punição, prisões, exército ou polícia. O recurso à força (física) apenas se fará de acordo com as decisões da assembleia de membros da comunidade e será restrito ao tratamento de pessoas que não consigam ou recusem coibir-se de actos que infrinjam seriamente a autodeterminação e liberdade dos outros (ou que causem dano aos seus próprios corpos).
Em todos os outros conflitos apenas se aplicará pressão social e educacional.
Numa sociedade anarquista cada um/uma deverá contribuir de acordo com suas capacidades – quer durante as horas de trabalho, quer nas esferas sociais do resto do dia.
Independentemente da sua contribuição para a sociedade, cada pessoa receberá de acordo com suas necessidades – de entre um vasto leque de opções, de acordo com os desejos de cada pessoa e de acordo com a possibilidade da sociedade.
Cada qual terá a opção de contribuir com horas livres (trabalhar mais do que a norma) em troca de obter a satisfação de desejos por serviços, produtos ou férias extra.
Ninguém será forçado a permanecer dentro de uma qualquer comunidade – quaisquer que sejam as suas razões. Qualquer pessoa será bem vinda em qualquer comunidade em que ele/ela consinta em contribuir com a sua parte de trabalho e de actividades sociais.
http://pt.indymedia.org/ler.php?cidade=1&numero=4116
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