Os terríveis efeitos do urânio empobrecido e a sua propagação no espaço e no tempo
Este artigo vem ilustrado, na versão difundida pela Uruknet.info, com uma série de fotografias impressionantes de bebés e crianças com malformações de nascença. Decidimos deliberadamente não as incluir porque são realmente muito chocantes, deixando a cada um a liberdade de decidir se as quer ver.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que o Iraque, com cerca de 26 milhões de habitantes, teve no ano 2000 um total de 195.374 novos casos de cancro e 126.677 mortes devidas ao cancro, na sua maioria crianças.
Entre 1990 e 1999 o número de cancros aumentou 242% no sul do Iraque e o número de nascimentos com malformações aumentou dez vezes.
Antes da Guerra do Golfo de 1991, as crianças eram apenas 13% dos casos de cancro. Em 2002, 56% do total de casos de cancro eram crianças com menos de 5 anos de idade.
Dos 580.400 soldados dos EUA que serviram nas seis semanas da Guerra do Golfo, 10.000 morreram até ao ano 2000 e 325.000 estão com incapacidade permanente por lesões físicas ou psicológicas. Só 269 morreram em combate e 457 foram feridos.
Em 2001, visitei o Hospital Pediátrico de Bassorá, no Iraque. Todas as salas, átrios e corredores estavam a transbordar de crianças moribundas com vários tipos de cancro. Muitas outras estavam a morrer de diarreia devido à água poluída pelos esgotos. As estações de tratamento de águas tinham sido bombardeadas durante a guerra. O bombardeamento de estações de tratamento de águas, centrais eléctricas e similares é considerado crime pelas Nações Unidas.
O médico responsável disse-nos que todas aquelas crianças iam morrer em resultado directo das sanções impostas pelos EUA. Nos termos dessas sanções, não se poderiam obter medicamentos nem peças para reparar as estações de água. Deu-nos dezenas de fotografias de centenas de bebés com malformações de nascença daquela região.
Aqui nos EUA, contactei o Birth Defect Research for Children [Investigação a favor das Crianças com Malformações à Nascença]. Esta organização comparou o número de malformações em crianças nascidas de veteranos da Guerra do Golfo com a respectiva percentagem em relação à família americana média. Essa investigação constatou cerca de três dúzias de malformações à nascença geralmente provocadas por exposição a radiações e revelou que os bebés nascidos de pais veteranos de guerra apresentavam entre duas e quatro vezes mais casos de malformações específicas.
O que pode estar na origem de todos esses cancros e malformações? Peritos médicos de todo o mundo concordam que a causa é o urânio empobrecido utilizado nas nossas armas e equipamentos militares, por mais que os responsáveis do governo dos EUA declarem desconhecer a razão.
Foi nos anos ’60 que o governo dos EUA começou a investigar maneiras de utilizar as muitas toneladas de urânio residual das nossas centrais nucleares e do fabrico das nossas armas atómicas. Misturaram o urânio com outros metais e assim produziram a baixo custo o metal mais denso jamais conhecido. Com muitas utilizações, desde a pequena artilharia até às maiores bombas e à blindagem dos carros de combate, ele é capaz de penetrar praticamente em tudo.
Mas tem uma enorme desvantagem. Quando as armas ou os carros de combate explodem, uma poeira de incontáveis milhões de partículas tóxicas de urânio é dispersada no ar, no solo e nas águas, e ali ficará por milhares de milhões de anos. Transportada pelos ventos e pelas tempestades de areia, qualquer ínfima quantidade dessas partículas que seja inalada por alguém certamente terá como resultado variados tipos de cancro.
As partículas radioactivas também afectam directamente o DNA e o sistema reprodutivo provocando qualquer uma de cerca de 3.000 malformações conhecidas.
Pelo menos 320 toneladas de urânio empobrecido foram utilizadas na Guerra do Golfo, sobretudo no sul do Iraque.
Desde 2003, usámos cerca de 2.000 toneladas – mais de seis vezes a quantidade usada em 1991. As nossas tropas, o povo iraquiano inocente e as crianças que ainda nem nasceram são as vítimas do uso ilegal e desumano de urânio empobrecido pelo nosso governo. Estas sim, são armas de destruição maciça.
Bud Deraps
Veterano da Marinha da 2ª Guerra Mundial, residente em St. Louis.
http://infoalternativa.org/iraque/iraque067.htm
Este artigo vem ilustrado, na versão difundida pela Uruknet.info, com uma série de fotografias impressionantes de bebés e crianças com malformações de nascença. Decidimos deliberadamente não as incluir porque são realmente muito chocantes, deixando a cada um a liberdade de decidir se as quer ver.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que o Iraque, com cerca de 26 milhões de habitantes, teve no ano 2000 um total de 195.374 novos casos de cancro e 126.677 mortes devidas ao cancro, na sua maioria crianças.
Entre 1990 e 1999 o número de cancros aumentou 242% no sul do Iraque e o número de nascimentos com malformações aumentou dez vezes.
Antes da Guerra do Golfo de 1991, as crianças eram apenas 13% dos casos de cancro. Em 2002, 56% do total de casos de cancro eram crianças com menos de 5 anos de idade.
Dos 580.400 soldados dos EUA que serviram nas seis semanas da Guerra do Golfo, 10.000 morreram até ao ano 2000 e 325.000 estão com incapacidade permanente por lesões físicas ou psicológicas. Só 269 morreram em combate e 457 foram feridos.
Em 2001, visitei o Hospital Pediátrico de Bassorá, no Iraque. Todas as salas, átrios e corredores estavam a transbordar de crianças moribundas com vários tipos de cancro. Muitas outras estavam a morrer de diarreia devido à água poluída pelos esgotos. As estações de tratamento de águas tinham sido bombardeadas durante a guerra. O bombardeamento de estações de tratamento de águas, centrais eléctricas e similares é considerado crime pelas Nações Unidas.
O médico responsável disse-nos que todas aquelas crianças iam morrer em resultado directo das sanções impostas pelos EUA. Nos termos dessas sanções, não se poderiam obter medicamentos nem peças para reparar as estações de água. Deu-nos dezenas de fotografias de centenas de bebés com malformações de nascença daquela região.
Aqui nos EUA, contactei o Birth Defect Research for Children [Investigação a favor das Crianças com Malformações à Nascença]. Esta organização comparou o número de malformações em crianças nascidas de veteranos da Guerra do Golfo com a respectiva percentagem em relação à família americana média. Essa investigação constatou cerca de três dúzias de malformações à nascença geralmente provocadas por exposição a radiações e revelou que os bebés nascidos de pais veteranos de guerra apresentavam entre duas e quatro vezes mais casos de malformações específicas.
O que pode estar na origem de todos esses cancros e malformações? Peritos médicos de todo o mundo concordam que a causa é o urânio empobrecido utilizado nas nossas armas e equipamentos militares, por mais que os responsáveis do governo dos EUA declarem desconhecer a razão.
Foi nos anos ’60 que o governo dos EUA começou a investigar maneiras de utilizar as muitas toneladas de urânio residual das nossas centrais nucleares e do fabrico das nossas armas atómicas. Misturaram o urânio com outros metais e assim produziram a baixo custo o metal mais denso jamais conhecido. Com muitas utilizações, desde a pequena artilharia até às maiores bombas e à blindagem dos carros de combate, ele é capaz de penetrar praticamente em tudo.
Mas tem uma enorme desvantagem. Quando as armas ou os carros de combate explodem, uma poeira de incontáveis milhões de partículas tóxicas de urânio é dispersada no ar, no solo e nas águas, e ali ficará por milhares de milhões de anos. Transportada pelos ventos e pelas tempestades de areia, qualquer ínfima quantidade dessas partículas que seja inalada por alguém certamente terá como resultado variados tipos de cancro.
As partículas radioactivas também afectam directamente o DNA e o sistema reprodutivo provocando qualquer uma de cerca de 3.000 malformações conhecidas.
Pelo menos 320 toneladas de urânio empobrecido foram utilizadas na Guerra do Golfo, sobretudo no sul do Iraque.
Desde 2003, usámos cerca de 2.000 toneladas – mais de seis vezes a quantidade usada em 1991. As nossas tropas, o povo iraquiano inocente e as crianças que ainda nem nasceram são as vítimas do uso ilegal e desumano de urânio empobrecido pelo nosso governo. Estas sim, são armas de destruição maciça.
Bud Deraps
Veterano da Marinha da 2ª Guerra Mundial, residente em St. Louis.
http://infoalternativa.org/iraque/iraque067.htm
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