O desemprego causado pela disseminação das novas tecnologias da “Era da Informação” é um importante indutor da perda de renda por parte dos trabalhadores. Esse cenário é extremamente desfavorável a um projeto econômico liberal.
Devemos nos lembrar de que as propostas de John Maynard Keynes, segundo as quais os governos deveriam intervir na economia, resultaram de um colapso do antigo modelo liberal. O desastre financeiro, que se iniciou com a quebra da bolsa de Nova York em 1929, levou os mercados, a nível mundial, a uma paralisia completa.
As receitas liberais não foram capazes de reverter à longa depressão que se seguiu. Com a implantação dos Estados de bem estar social, a formula preconizada por Keynes passou por uma lenta metamorfose. De uma ação passageira com o objetivo de romper a inércia da economia, passou-se a um amplo dirigismo.
O sucesso de intervenções bem sucedidas, que amenizaram e até debelaram a depressão, abriu caminho para o Estado onipresente. O abuso da fórmula “mágica”, criou estruturas governamentais gigantes mas com econômicas frágeis. A crise do petróleo dos anos 70, somada aos enormes déficits públicos, levou ao beco sem saída da “estagflação”.
Por toda à parte, como pecadores desviados do reto caminho, todos acabaram por voltar ao bom e velho liberalismo, agora travestido de “neoliberalismo”, como uma tábua de salvação. A idéia é que a estabilidade da moeda, o fim da guerra fria, a globalização da economia e a contenção do Estado perdulário, criam as condições ideais para o desenvolvimento.
Liberados de uma excessiva carga tributária e de complexas regulamentações, os empreendedores privados, muito mais eficientes e arrojados, se encarregariam de gerar novos negócios, e conseqüentemente, muitos empregos. A roda da fortuna, emperrada pela ação deletéria do governo, voltaria a girar.
Mas existem algumas perguntas que não foram respondidas. Por que no passado, essas mesmas idéias não conseguiram vencer o desafio da grande depressão? O que exatamente, no receituário liberal, não funcionou? A resposta é que o calcanhar de Aquiles da teoria liberal é a sua pouca consideração pelo fator “renda do trabalho”.
As teorias clássicas da economia costumam separar de forma rígida, o conceito de trabalhador, enquanto mão-de-obra e fonte de custos, do trabalhador como consumidor. Isso porque quando da formulação dessas teorias, a classe operária representava uma parcela relativamente pequena do mercado consumidor.
Quase todos os pensadores e economistas liberais da “velha guarda”, defendiam a necessidade da manutenção dos salários apenas nos níveis de subsistência. Suas doutrinas previam o caos caso os salários aumentassem além desse limite. Outros acenavam com o apocalipse se houvesse redução das jornadas de trabalho.
A melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras, não foi produto do mercado, e sim de disputas políticas e sociais. Foi a “luta de classes” e não as leis de mercado, a responsável pelo ingresso do trabalhador no mercado consumidor.
A enorme expansão do mercado, proporcionada pela criação do consumo de massas, jamais foi creditada a esses confrontos, às vezes bastante violentos, entre os interesses de classes antagonistas. Os empresários continuaram persuadidos de que a defesa de seus interesses individuais coincidia sempre com os da sociedade como um todo.
Isso explica que quando surgiu a crise financeira de 1929, todos tratassem de agir com “bom senso”, os empresários reduzindo a produção e demitindo trabalhadores por falta de negócios. Os trabalhadores reduzindo seu consumo, ao mínimo necessário, por falta de empregos e/ou renda. A economia simplesmente parou.
Como os empresários em geral continuavam a possuir e/ou ter acesso ao capital, o “dente quebrado” da engrenagem era a renda do trabalhador. Não foi por acaso que a sugestão de gastos públicos, que o próprio Keynes admitia serem inspirados nos faraós do Egito, visavam sobretudo recompor o poder aquisitivo dos trabalhadores.
O problema foi que os políticos logo se entusiasmaram com as possibilidades, aparentemente infinitas, em termos de demagogia, oferecidas pela nova doutrina. Principalmente quando devidamente legitimada, de forma “científica”, pelos acadêmicos. Construir pirâmides e fazer filantropia com os recursos privados, virou sinônimo de visão humanista e progressista.
As teorias neoliberais, simplesmente inverteram essa lógica. Os cortes de impostos e desregulamentações, visavam recompor as margens de lucro e assim a capacidade de investimento dos empresários. Com algum tempo, o equilíbrio se restabeleceria. A idéia parecia perfeita, não fosse por um detalhe: O novo paradigma tecnológico.
As novas tecnologias de informação e telecomunicações, baseadas na revolução da microeletrônica, combinadas as novas técnicas gerenciais, passaram a ser a própria fórmula de sucesso das empresas da nova economia globalizada.
Ocorre que essas tecnologias substituem mão-de-obra em larga escala. Sua flexibilidade torna suas inovações disponíveis para todo a cadeia produtiva, de forma praticamente simultânea. Embora não gerem desemprego em massa, criam uma situação de desequilíbrio no mercado de trabalho, favorável apenas ao empregador.
Diferentemente do desemprego tecnológico do passado, o atual elimina empregos entre operários qualificados e funcionários de médio escalão. A conseqüência é a queda na renda do trabalhador, de forma persistente, mesmo em condições macro-econômicas favoráveis. Em resumo, a economia cresce mas os “bons empregos” não aparecem.
Ao mesmo tempo, os empresários são incentivados a ocupar todos os espaços, inclusive os tradicionalmente reservados a esfera pública, como infra-estrutura, previdência social, saúde, educação, etc. Mas a lógica de sua atuação é a busca pelo aumento da competitividade, da eficiência e da produtividade.
Além de substituir o trabalho humano, o novo paradigma tecnológico estabelece patamares muito mais rigorosos quanto à qualidade dos produtos e serviços, inalcançáveis pelos métodos tradicionais de produção. Em outras palavras, mesmo que não tenha esse objetivo, a empresa terá de substituir trabalhadores por máquinas, se quiser se manter no mercado.
Vale dizer que o novo “bom senso” empresarial levará a uma situação de perda irreversível de renda por parte das classes trabalhadoras, a nível global. Os trabalhadores reagirão como no passado, diante da insegurança quanto ao futuro, passarão a alterar consideravelmente seus hábitos e a reduzir seu padrão de consumo.
Sabemos que o mercado capitalista moderno não funciona como o descrevem os manuais acadêmicos. O principal problema, é que as idéias tradicionais não consideram importantes os fatores de natureza psicológica que afetam o consumidor moderno.
Nas sociedades mais avançadas, as decisões de compra do consumidor não estão associadas apenas as suas necessidades básicas. Na realidade uma razoável porcentagem dos itens adquiridos obedece muito mais ao poder aquisitivo efetivo. Ou seja, o consumidor que vive de salários, gasta em função do que ganha e não das coisas que precisa.
Isso é um produto típico da sociedade que instituiu o “evangelho do consumo”, em oposição aos velhos hábitos de poupança e frugalidade, antes muito presente nas classes trabalhadoras. A transformação do operário em consumidor, foi acompanhada pela intensa propaganda no sentido de incentivar as compras a crédito, compras por impulso, apelos a símbolos de status, etc.
Qualquer comerciante sabe que um trabalhador programa seus gastos em função do valor de seu salário. Como não é incentivado a acumular capital, seus gastos estão sempre nos limites de sua renda, presente e futura. Ao ser promovido ou receber um aumento, a tendência é simplesmente aumentar o consumo.
O resultado é que a classe trabalhadora, mesmo em países pouco desenvolvidos, tem um padrão de consumo muito maior do que seria necessário para sua real satisfação. Equivale a dizer que existe uma margem muito alta de gastos relativamente supérfluos.
Mas são esses gastos que incentivam os investimentos privados. Sabemos que o retorno dos investimentos em infra-estrutura, por exemplo, tem retorno em prazo muito longo. É fácil perceber o relativo desinteresse em investimentos no setor de geração de energia elétrica, transportes ferroviários, instalações portuárias, etc.
Notemos que quando das privatizações, feitas por quase todos os países antes “desenvolvimentistas”, o interesse maior dos investidores era em empresas de telefonia, de preferência a telefonia móvel. Mesmo os EUA, na sofisticada Califórnia, passaram por crises de abastecimento de eletricidade.
No Brasil, tivemos a ameaça de “apagão” e os piores desempenhos nos setores privatizados estão no transporte ferroviário. Isso se deve ao fato de que não existem meios de incentivar o consumo desnecessário desses serviços. O contrário porém surpreendeu os especialistas.
Quando foi adotado o racionamento de energia elétrica, a resposta foi além do esperado, o consumidor imediatamente mudou seus hábitos de consumo e eliminou voluntariamente seus desperdícios, a um nível que chegou a comprometer a rentabilidade do setor, depois de superada a crise.
Devemos lembrar que as punições previstas se mostraram totalmente desnecessárias. A criação de um estado psicológico refratário ao desperdício, foi suficiente para provocar quedas recordes de consumo.
Se existe essa flexibilidade na demanda por um item tão essencial, dá para imaginar o que ocorreria no caso de uma profunda mudança psicológica, tendente a reduzir as compras de roupas de grife, aparelhos eletro-eletrônicos, automóveis, etc.
Nesse caso, o mercado regrediria imediatamente, os níveis de consumo baixariam muito. Em conseqüência, os investimentos privados seriam desestimulados. Isso poderia levar a uma nova paralisia da economia, agora a nível realmente global, e sem nenhum governo capaz de tirar coelhos de cartolas...
http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/
Devemos nos lembrar de que as propostas de John Maynard Keynes, segundo as quais os governos deveriam intervir na economia, resultaram de um colapso do antigo modelo liberal. O desastre financeiro, que se iniciou com a quebra da bolsa de Nova York em 1929, levou os mercados, a nível mundial, a uma paralisia completa.
As receitas liberais não foram capazes de reverter à longa depressão que se seguiu. Com a implantação dos Estados de bem estar social, a formula preconizada por Keynes passou por uma lenta metamorfose. De uma ação passageira com o objetivo de romper a inércia da economia, passou-se a um amplo dirigismo.
O sucesso de intervenções bem sucedidas, que amenizaram e até debelaram a depressão, abriu caminho para o Estado onipresente. O abuso da fórmula “mágica”, criou estruturas governamentais gigantes mas com econômicas frágeis. A crise do petróleo dos anos 70, somada aos enormes déficits públicos, levou ao beco sem saída da “estagflação”.
Por toda à parte, como pecadores desviados do reto caminho, todos acabaram por voltar ao bom e velho liberalismo, agora travestido de “neoliberalismo”, como uma tábua de salvação. A idéia é que a estabilidade da moeda, o fim da guerra fria, a globalização da economia e a contenção do Estado perdulário, criam as condições ideais para o desenvolvimento.
Liberados de uma excessiva carga tributária e de complexas regulamentações, os empreendedores privados, muito mais eficientes e arrojados, se encarregariam de gerar novos negócios, e conseqüentemente, muitos empregos. A roda da fortuna, emperrada pela ação deletéria do governo, voltaria a girar.
Mas existem algumas perguntas que não foram respondidas. Por que no passado, essas mesmas idéias não conseguiram vencer o desafio da grande depressão? O que exatamente, no receituário liberal, não funcionou? A resposta é que o calcanhar de Aquiles da teoria liberal é a sua pouca consideração pelo fator “renda do trabalho”.
As teorias clássicas da economia costumam separar de forma rígida, o conceito de trabalhador, enquanto mão-de-obra e fonte de custos, do trabalhador como consumidor. Isso porque quando da formulação dessas teorias, a classe operária representava uma parcela relativamente pequena do mercado consumidor.
Quase todos os pensadores e economistas liberais da “velha guarda”, defendiam a necessidade da manutenção dos salários apenas nos níveis de subsistência. Suas doutrinas previam o caos caso os salários aumentassem além desse limite. Outros acenavam com o apocalipse se houvesse redução das jornadas de trabalho.
A melhoria das condições de vida das classes trabalhadoras, não foi produto do mercado, e sim de disputas políticas e sociais. Foi a “luta de classes” e não as leis de mercado, a responsável pelo ingresso do trabalhador no mercado consumidor.
A enorme expansão do mercado, proporcionada pela criação do consumo de massas, jamais foi creditada a esses confrontos, às vezes bastante violentos, entre os interesses de classes antagonistas. Os empresários continuaram persuadidos de que a defesa de seus interesses individuais coincidia sempre com os da sociedade como um todo.
Isso explica que quando surgiu a crise financeira de 1929, todos tratassem de agir com “bom senso”, os empresários reduzindo a produção e demitindo trabalhadores por falta de negócios. Os trabalhadores reduzindo seu consumo, ao mínimo necessário, por falta de empregos e/ou renda. A economia simplesmente parou.
Como os empresários em geral continuavam a possuir e/ou ter acesso ao capital, o “dente quebrado” da engrenagem era a renda do trabalhador. Não foi por acaso que a sugestão de gastos públicos, que o próprio Keynes admitia serem inspirados nos faraós do Egito, visavam sobretudo recompor o poder aquisitivo dos trabalhadores.
O problema foi que os políticos logo se entusiasmaram com as possibilidades, aparentemente infinitas, em termos de demagogia, oferecidas pela nova doutrina. Principalmente quando devidamente legitimada, de forma “científica”, pelos acadêmicos. Construir pirâmides e fazer filantropia com os recursos privados, virou sinônimo de visão humanista e progressista.
As teorias neoliberais, simplesmente inverteram essa lógica. Os cortes de impostos e desregulamentações, visavam recompor as margens de lucro e assim a capacidade de investimento dos empresários. Com algum tempo, o equilíbrio se restabeleceria. A idéia parecia perfeita, não fosse por um detalhe: O novo paradigma tecnológico.
As novas tecnologias de informação e telecomunicações, baseadas na revolução da microeletrônica, combinadas as novas técnicas gerenciais, passaram a ser a própria fórmula de sucesso das empresas da nova economia globalizada.
Ocorre que essas tecnologias substituem mão-de-obra em larga escala. Sua flexibilidade torna suas inovações disponíveis para todo a cadeia produtiva, de forma praticamente simultânea. Embora não gerem desemprego em massa, criam uma situação de desequilíbrio no mercado de trabalho, favorável apenas ao empregador.
Diferentemente do desemprego tecnológico do passado, o atual elimina empregos entre operários qualificados e funcionários de médio escalão. A conseqüência é a queda na renda do trabalhador, de forma persistente, mesmo em condições macro-econômicas favoráveis. Em resumo, a economia cresce mas os “bons empregos” não aparecem.
Ao mesmo tempo, os empresários são incentivados a ocupar todos os espaços, inclusive os tradicionalmente reservados a esfera pública, como infra-estrutura, previdência social, saúde, educação, etc. Mas a lógica de sua atuação é a busca pelo aumento da competitividade, da eficiência e da produtividade.
Além de substituir o trabalho humano, o novo paradigma tecnológico estabelece patamares muito mais rigorosos quanto à qualidade dos produtos e serviços, inalcançáveis pelos métodos tradicionais de produção. Em outras palavras, mesmo que não tenha esse objetivo, a empresa terá de substituir trabalhadores por máquinas, se quiser se manter no mercado.
Vale dizer que o novo “bom senso” empresarial levará a uma situação de perda irreversível de renda por parte das classes trabalhadoras, a nível global. Os trabalhadores reagirão como no passado, diante da insegurança quanto ao futuro, passarão a alterar consideravelmente seus hábitos e a reduzir seu padrão de consumo.
Sabemos que o mercado capitalista moderno não funciona como o descrevem os manuais acadêmicos. O principal problema, é que as idéias tradicionais não consideram importantes os fatores de natureza psicológica que afetam o consumidor moderno.
Nas sociedades mais avançadas, as decisões de compra do consumidor não estão associadas apenas as suas necessidades básicas. Na realidade uma razoável porcentagem dos itens adquiridos obedece muito mais ao poder aquisitivo efetivo. Ou seja, o consumidor que vive de salários, gasta em função do que ganha e não das coisas que precisa.
Isso é um produto típico da sociedade que instituiu o “evangelho do consumo”, em oposição aos velhos hábitos de poupança e frugalidade, antes muito presente nas classes trabalhadoras. A transformação do operário em consumidor, foi acompanhada pela intensa propaganda no sentido de incentivar as compras a crédito, compras por impulso, apelos a símbolos de status, etc.
Qualquer comerciante sabe que um trabalhador programa seus gastos em função do valor de seu salário. Como não é incentivado a acumular capital, seus gastos estão sempre nos limites de sua renda, presente e futura. Ao ser promovido ou receber um aumento, a tendência é simplesmente aumentar o consumo.
O resultado é que a classe trabalhadora, mesmo em países pouco desenvolvidos, tem um padrão de consumo muito maior do que seria necessário para sua real satisfação. Equivale a dizer que existe uma margem muito alta de gastos relativamente supérfluos.
Mas são esses gastos que incentivam os investimentos privados. Sabemos que o retorno dos investimentos em infra-estrutura, por exemplo, tem retorno em prazo muito longo. É fácil perceber o relativo desinteresse em investimentos no setor de geração de energia elétrica, transportes ferroviários, instalações portuárias, etc.
Notemos que quando das privatizações, feitas por quase todos os países antes “desenvolvimentistas”, o interesse maior dos investidores era em empresas de telefonia, de preferência a telefonia móvel. Mesmo os EUA, na sofisticada Califórnia, passaram por crises de abastecimento de eletricidade.
No Brasil, tivemos a ameaça de “apagão” e os piores desempenhos nos setores privatizados estão no transporte ferroviário. Isso se deve ao fato de que não existem meios de incentivar o consumo desnecessário desses serviços. O contrário porém surpreendeu os especialistas.
Quando foi adotado o racionamento de energia elétrica, a resposta foi além do esperado, o consumidor imediatamente mudou seus hábitos de consumo e eliminou voluntariamente seus desperdícios, a um nível que chegou a comprometer a rentabilidade do setor, depois de superada a crise.
Devemos lembrar que as punições previstas se mostraram totalmente desnecessárias. A criação de um estado psicológico refratário ao desperdício, foi suficiente para provocar quedas recordes de consumo.
Se existe essa flexibilidade na demanda por um item tão essencial, dá para imaginar o que ocorreria no caso de uma profunda mudança psicológica, tendente a reduzir as compras de roupas de grife, aparelhos eletro-eletrônicos, automóveis, etc.
Nesse caso, o mercado regrediria imediatamente, os níveis de consumo baixariam muito. Em conseqüência, os investimentos privados seriam desestimulados. Isso poderia levar a uma nova paralisia da economia, agora a nível realmente global, e sem nenhum governo capaz de tirar coelhos de cartolas...
http://lauromonteclaro.sites.uol.com.br/
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