sábado, agosto 19, 2006

O maior criminoso da ONU: Israel

É incrível como as decisões da ONU têm peso diferente, de acordo com os países envolvidos na questão. Não só as decisões, mas principalmente a força em impor resoluções aprovadas varia de maneira desigual. Na atual questão do Líbano, o mais recente dos massacres cometidos por Israel, chegam a ser criminosas as afirmações de Israel sobre pressionar o Líbano com a Resolução 1559 da ONU, aprovada em 2004. Essa resolução ditava passos a serem cumpridos pelo Líbano, entre eles desarmar grupos militantes – no caso, o Hizbollah.Israel tem a duvidosa distinção de ser o país com o maior número de resoluções da ONU negativas votadas e aprovadas. A contagem mais recente mostrou o número recorde de 66 resoluções votadas e aprovadas contra, e se os Estados Unidos não vetassem muitas outras, o número estaria hoje a absurdas 95 resoluções votadas e aprovadas. De fato, todas as decisões de veto usadas pelos Estados Unidos desde 1986 no Conselho de Segurança da ONU foram para proteger Israel.Ironicamente, Israel deve sua existência a uma resolução da ONU votada em 1947, e ao mesmo tempo ignora as demais 66 resoluções votadas pela mesma ONU que lhes garante direito de existência na Palestina.A primeira resolução ignorada (Resolução 194) é uma das mais importantes, e trata de uma questão básica para se conseguir a paz na região: o direito dos palestinos de retornarem para seus lares, os territórios ocupados da Palestina por Israel. Outras se seguiram, e chega-se a uma resolução muito conhecida por ser ignorada e intensificar os conflitos na Palestina: a Resolução 242, que obriga Israel a se retirar de todos os territórios conquistados durante a Guerra dos Seis Dias, no ano de 1967. Muitas outras resoluções tratam dos assentamentos ilegais construídos por Israel para povoar os territórios ilegalmente ocupados, como por exemplo a Resolução 446, de 1979.Podemos ficar horas citando cada uma das 66 resoluções que condenam Israel por atos desumanos desde a sua auto-independência em 1948. Considerando isso, não seria uma boa idéia Israel chamar a atenção do mundo sobre a não-implementação de algumas resoluções da ONU. Até a própria Organização sofreu com os mais recentes ataques de Israel no Líbano, perdendo 4 observadores desarmados, em que Kofi Annan considerou um “assassinato deliberado”. Mesmo assim, os Estados Unidos confirmaram que irão vetar qualquer resolução imposta a Israel pela ONU em relação ao atual massacre no Líbano.Israel continua desafiando a autoridade da comunidade internacional, com seus ataques indiscriminados na Palestina e no Líbano. Com apoio dos Estados Unidos para qualquer necessidade na ONU, e tendo dezenas de resoluções já ignoradas no passado, contrariam a opinião do mundo ao intensificarem os ataques no Líbano, e têm a certeza de que não correm risco de sanções que podem ser votadas pela ONU.A comunidade islâmica não consegue entender porque a definição de “terrorismo” é tão usada como justificativa no dia a dia, e ao mesmo tempo as resoluções da ONU são completamente esquecidas. Considerando a fraqueza atual da ONU, não está muito diferente da antiga Liga das Nações entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que não conseguiu evitar qualquer guerra, agressão ou sequer punição aos países criminosos.
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