O secretário-geral da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Angel Gurria, declarou recentemente que “o ensino é um produto comercial, uma mercadoria de valor internacional, e que, como tal, deve ser exportada”, incitando, neste contexto, os estabelecimentos de ensino superior a “mostrar a sua presença na cena internacional”.Gurria proferiu esta declaração no âmbito de uma conferência realizada em Lagossini, a sul da Atenas, subordinada ao futuro do ensino superior e dos possíveis modelos de financiamento no espaço da OCDE.Na abertura da conferência, na qual se reuniram ministros da Educação e responsáveis universitários de trinta países, Gurria havia-se pronunciado contra o princípio do financiamento exclusivamente público do ensino superior, estimando que este mecanismo não é por si suficiente para assegurar o crescente número de estudantes nos países desenvolvidos. “Encontramo-nos perante um dilema inaceitável, entre restringir o acesso à universidade ou baixar a qualidade do ensino”, disse Gurria.Instado a pronunciar-se sobre estas afirmações, o ministro francês da Educação, Gilles de Robien, considerou “que o conhecimento não se adquire tal como se de uma garrafa de sumo se tratasse”. “Se falamos da profissionalização do ensino superior, estou de acordo. Mas se isso implica encarar a educação como um mero produto de mercado, não posso concordar. Trata-se de cultura, de humanismo, de saber fazer e de atitude. E tais princípios não se compram, adquirem-se”.
http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=4793
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