Entrevista ao escritor palestiniano Mourid Barghouti
Mourid Barghouti, que cresceu em Ramallah (Cisjordânia), passou mais de 30 anos exilado. A visita à sua cidade natal, que durou apenas doze dias, trouxe à sua memória várias lembranças dispersas em flashbacks. Traduzido directamente do árabe, Eu vi Ramallah descreve a experiência do retorno de Mourid Barghouti à Palestina, a sua terra natal.
Isento de fundamentalismos, o livro trata do conflito milenar no Médio Oriente, envolvendo sobretudo a relação entre o Estado judeu e a Nação palestiniana, sob a óptica pessoal do autor, e menciona eventos recorrentes no conflito árabe-israelita: guerras, tréguas, cessar‑fogos, ocupação e confisco de terras. Ele já escreveu 13 colecções de poesia, mas nunca um romance.
Mourid Barghouthi vive exilado, entre as cidades de Cairo, no Egipto, com a sua esposa Radwa e a sua filha Tamim – que o impulsionou a escrever o romance –, e Amã, na Jordânia, com a sua mãe. Diz que não sente nostalgia, mas sim o desejo de retornar, um desejo frustrado pela ocupação, pelos regimes árabes, pelas leis existentes, por não ter passaporte, por ser ameaçado de ser preso nas fronteiras.
O autor vê a nostalgia como um sentimento negativo, de passividade, fútil e preguiçoso, uma outra forma de luxúria adaptada a pessoas de disposição romântica. «Quando você é forçado a sair da sua nação, você não olha para o lugar que perdeu com nostalgia, e sim com raiva», destacava o autor palestiniano no periódico israelita Palestine‑Israel Journal, em Agosto de 2004.
Barghouthi não se considera um historiador, político, ou um intelectual que faz apologia a partidos ou facções. Revela que a maior parte dos escritores conterrâneos tratam da invasão do Líbano, em 1982, como uma vitória do povo palestiniano, «mas nós fomos expulsos para a Tunísia e outros sete países». Ele recorda que milhares de refugiados foram massacrados em Sabra e Shatila.
Para o lançamento do seu livro no Brasil, ele esteve em São Paulo no dia 16 de Agosto e comentou a sua visão sobre a situação aos brasileiros.
Como a política se faz e se fez importante na sua vida?
Quando fui deportado para o Egipto, a minha vida mudou, e não se tratava da minha política, mas da política deles [Estado de Israel]. O meu filho tinha cinco meses. Quando podia rever a minha esposa durante duas semanas no inverno e durante três meses no verão, era impossível pensar em ter mais filhos porque eu não seria capaz de cuidar deles. Ou seja, a decisão política levou à decisão de qual seria o tamanho da minha família.
Existe literatura sem política?
É impossível evitar a política na literatura. A questão é como incorporar este inevitável envolvimento da política na poesia, na prosa, ou mesmo no cinema ou no teatro. A chave é não sacrificar a estética. Sem escrever coisas alucinadas ou viciadas, no mau sentido da palavra, e sem escrever palavras vazias. Não existe o “apolítico”. Vou fazer somente dois comentários: O que é o sofismo político e o que é a caminhada política. O exército israelita não atingiu os seus objetivos e o Hezbollah saiu mais forte e provou-se capaz de interromper a agressão israelita e de esvaziar os seus planos. Mas os oficiais do exército israelita disseram aos soldados para posar para as fotos sorrindo alegremente, fumando cigarros, é o sorriso político. Da mesma forma, quando pensamos em Bush ou em Blair, ou os dois juntos, quando estão a sair de uma conferência de imprensa, eles andam com as mãos separadas dos corpos, como se fossem “alterofilistas”, andam de forma “bombástica”, dá para reconhecer esse andar mesmo de costas. Esse não é o andar deles, esse é o andar que disseram para eles incorporarem, é o andar que quer dizer: “Nós somos os mestres do mundo”.
O sr. é bastante crítico do que hoje chamam poesia de resistência? Qual é a sua concepção de poesia?
Poesia para mim tem algo a ver com o encontro do surpreendente, daquilo que é diferente do normal. A poesia está na vida, na sala, na cozinha, nas filas, nas ruas; ela está espalhada em outras formas de arte, no cinema, no teatro, nas conversas diárias entre dois vizinhos, dois amantes, duas crianças brincando. O poeta deve descobrir a poesia que está na vida. Eu não invento poemas, eu descubro a poesia que está na vida. Ela deve ser crítica a todo o status quo, a poesia não é para ser alegre, ela é actividade crítica, é a crítica ao seu próprio “eu”, ao “eu” individual e ao “eu” colectivo.
O seu livro alcançou bastante sucesso nos EUA...
O livro foi publicado nos EUA e no Reino Unido e as editoras desses países também o publicaram no Canadá e na Austrália. Foi traduzido em 9 ou 10 idiomas, entre eles turco, libanês, indonésio, senegalês, francês; em todas as traduções, os leitores mostraram‑se muito solidários com a narrativa e também com a causa justa dos palestinianos, e os estadunidenses não foram excepção. Na verdade, eu não tenho problema com o cidadão comum, são seres humanos inocentes que abraçam os valores justos. O meu problema é com os governantes, com os que dão as ordens, os generais do exército planejando em salas escuras o nosso destino, sem permissão, deixando‑nos sujeitos às conspirações. Acredito que o livro e a sua causa foram compreendidos em todo lugar, menos pelos políticos. Eles nunca me entenderam e eu nunca estou contente com eles.
Como é morar no tempo, e não no espaço?
Quando o seu país está ocupado, há problemas em todos os lugares, não apenas no seu país que está ocupado. Você é chutado de um lugar para outro, de um país para outro. Cada um diz quanto tempo você tem permissão para ficar. Eu estava sempre relutante em me apaixonar pelos lugares em que vivi porque era inevitável que em algum momento eu seria convidado a retirar‑me. Eu nunca teria uma permissão permanente. Quando se escolhe um país para viver, normalmente temos a família, os móveis, os livros, as flores, as pinturas, todas essas coisas ficam nesse lugar, mas um dia, eles precisavam sair, então é necessário abandonar essas coisas. Isso é o que tenho na minha memória, vivi do que lembrava dos lugares, e não dos lugares.
O ex-presidente estadunidense Jimmy Carter disse que Israel e os Estados Unidos estão isolados no mundo. O senhor concorda com essa opinião?
Depois que os ex-presidentes estadunidenses deixam a Casa Branca eles se tornam sábios. Foi o próprio Carter que assinou o acordo de Camp David, que está por trás de toda essa problemática. Ele que assinou esse acordo injusto com consequências catastróficas. Em relação aos Estados Unidos e Israel, foi feita uma aliança estratégica independente a despeito dos crimes cometidos pelos israelitas, de todas as actividades agressivas da política genocida, da construção dos seus assentamentos, do muro do apartheid, da punição aos palestinos e das guerras regionais, como a do Líbano e outras contra países árabes. Israel recebeu apoio incondicional dos Estados Unidos a nível diplomático, a nível económico e de propaganda. Todos os governos estadunidenses, e sem excepção, fizeram isso. E o que vemos hoje é o presidente da nação mais poderosa, George W. Bush, tornar‑se o Blair de Ariel Sharon, por assim dizer. Ele defende os interesses israelitas junto às Nações Unidas e à União Europeia. Israel e EUA estão isolados somente na imaginação do universo, mas trata-se de centros decisórios que estão a criar problemas não só na região, mas no mundo inteiro.
Nas relações entre Estados Unidos e Israel, quem é o corruptor e quem é o corrupto?
Ninguém está a corromper ninguém. Existe uma estratégia comum, com um objectivo comum. Na visão dos Estados Unidos, Israel está sempre certo. Tudo o que Israel faz é legítimo, legal, está acima da lei e acima da crítica. Israel está a mudar as nossas vidas. Israel sempre defendeu aqueles que tinham mais poder, primeiro os britânicos, e depois da queda do império da rainha, passou a fazer uma aliança aberta com os Estados Unidos. Eles estão a utilizar o dinheiro do contribuinte estadunidense para implementar a sua política agressiva. Na verdade, esses dois países servem-se mutuamente.
Israel pode, um dia, desocupar territórios palestinianos?
É claro que não vão desocupar. Já houve seis guerras justamente para permanecerem lá. Quando se toma a terra de outras pessoas, quando se invade as suas casas e quando se criam refugiados, surge a resistência. Eles construíram um país em cima das ruínas de uma nação, nas ruínas do povo palestiniano. Empreenderam guerra atrás de guerra. Permaneceram no nosso território, e a resistência é a nossa única resposta. Eles usam a religião para justificar a sua permanência, mas não existe uma guerra religiosa entre palestinianos e israelitas.
Por que, se o mundo é tão solidário com os israelitas, depois de Hitler, a compensação teve que vir do povo palestiniano e de alguns árabes?
Um projecto sionista de criação de uma nação na Palestina não começou na 2ª Grande Guerra, no holocausto, não começou com Hitler, começou mais cedo, com a criação do Estado de Israel na Conferência da Basileia, com a finalidade de se criar um estado judaico na Palestina e esse plano não resultou dos crimes nazis. Foi um plano premeditado pela burguesia judaica com os impérios da época. A ideia era convencer os judeus mais simples por meio do discurso religioso para migrarem para a Palestina e isso, de facto, resultou numa tragédia para o povo palestiniano, e o Estado de Israel, dando ares de pureza à condição de ser judeu ou israelita, acabou minando a possibilidade da coexistência, deixando para trás a ideia de convivência pacífica.
Eduardo Sales de Lima
http://infoalternativa.org/cultura/livro013.htm
Mourid Barghouti, que cresceu em Ramallah (Cisjordânia), passou mais de 30 anos exilado. A visita à sua cidade natal, que durou apenas doze dias, trouxe à sua memória várias lembranças dispersas em flashbacks. Traduzido directamente do árabe, Eu vi Ramallah descreve a experiência do retorno de Mourid Barghouti à Palestina, a sua terra natal.
Isento de fundamentalismos, o livro trata do conflito milenar no Médio Oriente, envolvendo sobretudo a relação entre o Estado judeu e a Nação palestiniana, sob a óptica pessoal do autor, e menciona eventos recorrentes no conflito árabe-israelita: guerras, tréguas, cessar‑fogos, ocupação e confisco de terras. Ele já escreveu 13 colecções de poesia, mas nunca um romance.
Mourid Barghouthi vive exilado, entre as cidades de Cairo, no Egipto, com a sua esposa Radwa e a sua filha Tamim – que o impulsionou a escrever o romance –, e Amã, na Jordânia, com a sua mãe. Diz que não sente nostalgia, mas sim o desejo de retornar, um desejo frustrado pela ocupação, pelos regimes árabes, pelas leis existentes, por não ter passaporte, por ser ameaçado de ser preso nas fronteiras.
O autor vê a nostalgia como um sentimento negativo, de passividade, fútil e preguiçoso, uma outra forma de luxúria adaptada a pessoas de disposição romântica. «Quando você é forçado a sair da sua nação, você não olha para o lugar que perdeu com nostalgia, e sim com raiva», destacava o autor palestiniano no periódico israelita Palestine‑Israel Journal, em Agosto de 2004.
Barghouthi não se considera um historiador, político, ou um intelectual que faz apologia a partidos ou facções. Revela que a maior parte dos escritores conterrâneos tratam da invasão do Líbano, em 1982, como uma vitória do povo palestiniano, «mas nós fomos expulsos para a Tunísia e outros sete países». Ele recorda que milhares de refugiados foram massacrados em Sabra e Shatila.
Para o lançamento do seu livro no Brasil, ele esteve em São Paulo no dia 16 de Agosto e comentou a sua visão sobre a situação aos brasileiros.
Como a política se faz e se fez importante na sua vida?
Quando fui deportado para o Egipto, a minha vida mudou, e não se tratava da minha política, mas da política deles [Estado de Israel]. O meu filho tinha cinco meses. Quando podia rever a minha esposa durante duas semanas no inverno e durante três meses no verão, era impossível pensar em ter mais filhos porque eu não seria capaz de cuidar deles. Ou seja, a decisão política levou à decisão de qual seria o tamanho da minha família.
Existe literatura sem política?
É impossível evitar a política na literatura. A questão é como incorporar este inevitável envolvimento da política na poesia, na prosa, ou mesmo no cinema ou no teatro. A chave é não sacrificar a estética. Sem escrever coisas alucinadas ou viciadas, no mau sentido da palavra, e sem escrever palavras vazias. Não existe o “apolítico”. Vou fazer somente dois comentários: O que é o sofismo político e o que é a caminhada política. O exército israelita não atingiu os seus objetivos e o Hezbollah saiu mais forte e provou-se capaz de interromper a agressão israelita e de esvaziar os seus planos. Mas os oficiais do exército israelita disseram aos soldados para posar para as fotos sorrindo alegremente, fumando cigarros, é o sorriso político. Da mesma forma, quando pensamos em Bush ou em Blair, ou os dois juntos, quando estão a sair de uma conferência de imprensa, eles andam com as mãos separadas dos corpos, como se fossem “alterofilistas”, andam de forma “bombástica”, dá para reconhecer esse andar mesmo de costas. Esse não é o andar deles, esse é o andar que disseram para eles incorporarem, é o andar que quer dizer: “Nós somos os mestres do mundo”.
O sr. é bastante crítico do que hoje chamam poesia de resistência? Qual é a sua concepção de poesia?
Poesia para mim tem algo a ver com o encontro do surpreendente, daquilo que é diferente do normal. A poesia está na vida, na sala, na cozinha, nas filas, nas ruas; ela está espalhada em outras formas de arte, no cinema, no teatro, nas conversas diárias entre dois vizinhos, dois amantes, duas crianças brincando. O poeta deve descobrir a poesia que está na vida. Eu não invento poemas, eu descubro a poesia que está na vida. Ela deve ser crítica a todo o status quo, a poesia não é para ser alegre, ela é actividade crítica, é a crítica ao seu próprio “eu”, ao “eu” individual e ao “eu” colectivo.
O seu livro alcançou bastante sucesso nos EUA...
O livro foi publicado nos EUA e no Reino Unido e as editoras desses países também o publicaram no Canadá e na Austrália. Foi traduzido em 9 ou 10 idiomas, entre eles turco, libanês, indonésio, senegalês, francês; em todas as traduções, os leitores mostraram‑se muito solidários com a narrativa e também com a causa justa dos palestinianos, e os estadunidenses não foram excepção. Na verdade, eu não tenho problema com o cidadão comum, são seres humanos inocentes que abraçam os valores justos. O meu problema é com os governantes, com os que dão as ordens, os generais do exército planejando em salas escuras o nosso destino, sem permissão, deixando‑nos sujeitos às conspirações. Acredito que o livro e a sua causa foram compreendidos em todo lugar, menos pelos políticos. Eles nunca me entenderam e eu nunca estou contente com eles.
Como é morar no tempo, e não no espaço?
Quando o seu país está ocupado, há problemas em todos os lugares, não apenas no seu país que está ocupado. Você é chutado de um lugar para outro, de um país para outro. Cada um diz quanto tempo você tem permissão para ficar. Eu estava sempre relutante em me apaixonar pelos lugares em que vivi porque era inevitável que em algum momento eu seria convidado a retirar‑me. Eu nunca teria uma permissão permanente. Quando se escolhe um país para viver, normalmente temos a família, os móveis, os livros, as flores, as pinturas, todas essas coisas ficam nesse lugar, mas um dia, eles precisavam sair, então é necessário abandonar essas coisas. Isso é o que tenho na minha memória, vivi do que lembrava dos lugares, e não dos lugares.
O ex-presidente estadunidense Jimmy Carter disse que Israel e os Estados Unidos estão isolados no mundo. O senhor concorda com essa opinião?
Depois que os ex-presidentes estadunidenses deixam a Casa Branca eles se tornam sábios. Foi o próprio Carter que assinou o acordo de Camp David, que está por trás de toda essa problemática. Ele que assinou esse acordo injusto com consequências catastróficas. Em relação aos Estados Unidos e Israel, foi feita uma aliança estratégica independente a despeito dos crimes cometidos pelos israelitas, de todas as actividades agressivas da política genocida, da construção dos seus assentamentos, do muro do apartheid, da punição aos palestinos e das guerras regionais, como a do Líbano e outras contra países árabes. Israel recebeu apoio incondicional dos Estados Unidos a nível diplomático, a nível económico e de propaganda. Todos os governos estadunidenses, e sem excepção, fizeram isso. E o que vemos hoje é o presidente da nação mais poderosa, George W. Bush, tornar‑se o Blair de Ariel Sharon, por assim dizer. Ele defende os interesses israelitas junto às Nações Unidas e à União Europeia. Israel e EUA estão isolados somente na imaginação do universo, mas trata-se de centros decisórios que estão a criar problemas não só na região, mas no mundo inteiro.
Nas relações entre Estados Unidos e Israel, quem é o corruptor e quem é o corrupto?
Ninguém está a corromper ninguém. Existe uma estratégia comum, com um objectivo comum. Na visão dos Estados Unidos, Israel está sempre certo. Tudo o que Israel faz é legítimo, legal, está acima da lei e acima da crítica. Israel está a mudar as nossas vidas. Israel sempre defendeu aqueles que tinham mais poder, primeiro os britânicos, e depois da queda do império da rainha, passou a fazer uma aliança aberta com os Estados Unidos. Eles estão a utilizar o dinheiro do contribuinte estadunidense para implementar a sua política agressiva. Na verdade, esses dois países servem-se mutuamente.
Israel pode, um dia, desocupar territórios palestinianos?
É claro que não vão desocupar. Já houve seis guerras justamente para permanecerem lá. Quando se toma a terra de outras pessoas, quando se invade as suas casas e quando se criam refugiados, surge a resistência. Eles construíram um país em cima das ruínas de uma nação, nas ruínas do povo palestiniano. Empreenderam guerra atrás de guerra. Permaneceram no nosso território, e a resistência é a nossa única resposta. Eles usam a religião para justificar a sua permanência, mas não existe uma guerra religiosa entre palestinianos e israelitas.
Por que, se o mundo é tão solidário com os israelitas, depois de Hitler, a compensação teve que vir do povo palestiniano e de alguns árabes?
Um projecto sionista de criação de uma nação na Palestina não começou na 2ª Grande Guerra, no holocausto, não começou com Hitler, começou mais cedo, com a criação do Estado de Israel na Conferência da Basileia, com a finalidade de se criar um estado judaico na Palestina e esse plano não resultou dos crimes nazis. Foi um plano premeditado pela burguesia judaica com os impérios da época. A ideia era convencer os judeus mais simples por meio do discurso religioso para migrarem para a Palestina e isso, de facto, resultou numa tragédia para o povo palestiniano, e o Estado de Israel, dando ares de pureza à condição de ser judeu ou israelita, acabou minando a possibilidade da coexistência, deixando para trás a ideia de convivência pacífica.
Eduardo Sales de Lima
http://infoalternativa.org/cultura/livro013.htm
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